quarta-feira, junho 03, 2009

Tudo Boas Raparigas - Ruth Ellis

Todas as nossas divas (e divos…) acerca das quais temos falado aqui e que têm sido objecto de grandes parangonas nos jornais e revistas da especialidade, e que se notabilizaram tanto no cinema como na música ou em outras actividades mediáticas, são susceptíveis de causar palpitações aos mais sensíveis, bem como são capazes de mover montanhas pelas mais diversas razões. As divas que se seguirão neste modesto canto da blogosfera e que durante alguns dias nos farão companhia, tornaram-se famosas e encheram jornais também, mas por motivos completamente diferentes. As ferramentas de trabalho destas pequenas, muito mais eficazes que o aspecto, talento para a representação, a voz ou até mesmo os miolos, são arsénico, facas, bastões, picaretas e armas de fogo!
Menos de sessenta mulheres foram executadas por homicídio nos EUA e Inglaterra entre 1900 e 2000 – menos de 1% comparativamente aos seus colegas masculinos. Mas em qualquer um dos casos, o interesse que suscitaram nos media e público em geral (claro) foi superior em cerca de 1000%! Tudo boas raparigas, portanto! Exactamente o tipo de amigas ou namoradas que gostaríamos que apresentar à família…

Ruth Ellis atingiu o estatuto de diva nos anais do crime por se ter tornado na última mulher a ser condenada à pena de morte na Grã Bretanha. Esta modelo loura platinada de apenas 28 anos e acompanhante num bar nocturno em Londres sempre tinha sonhado com altos voos. A vida de luxo, fama e mordomias a que tanto aspirava tinha-lhe sempre trocado as voltas e ela teve que se contentar com o submundo do West End de Londres durante os anos 50. Ruth iniciou uma relação algo tempestuosa com David Blakely, um jovem rico e mimado que sonhava em ser corredor de automóveis. Farto das constantes cenas de ciúmes que Ruth que aprontava, depressa se começou a interessar por outras mulheres também. No Domingo de Páscoa de 1955 e depois de ter sido abandonada por Blakely, Ruth conseguiu atraí-lo a um bar na zona chique de Hampstead. Esperou por ele cá fora e quando ele finalmente surgiu, atingiu-o a tiro várias vezes à queima-roupa. Ele morreu quase imediatamente. Durante o julgamento, Ruth declarou-se culpada e não tentou sequer defender-se. Foi enforcada no dia 13 de Julho de 1955, atingindo finalmente a fama – mas sem o dinheiro – que tanto tinha perseguido.

5 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

História edificante!

roserouge disse...

Ah bom, estava a ver que ninguém reparava...

Al Kantara disse...

É o que dá ir a bares chiques de Hampstead...

roserouge disse...

Vai haver mais mamonas assassinas neste blog. Mais tarde, come back later...

Alice Salles disse...

Meldels!
Cada uma... Que história triste!