sábado, junho 06, 2009

Tudo Boas Raparigas - Charlotte Bryant

Desencadeando a fúria nos seus compatriotas, a morena Charlotte McHugh com o seu lindo cabelo preto asa-de-corvo, não se fazia nada rogada em entreter as odiadas tropas britânicas sediadas na sua terra natal Londonderry, Irlanda, nos anos 20. O seu maior sonho era caçar um inglês rico e ir-se embora dali para fora em direcção a Londres onde, tinha ouvido falar, as ruas eram pavimentadas a ouro. Depois de muito esgravatar na horizontal, o melhor que conseguiu arranjar foi um jovem agricultor da rural Dorset chamado Frederick Bryant. Alegando gravidez, Charlotte obrigou-o a casar-se com ela e mudaram-se para uma zona de quintas agrícolas em Dorset. Depressa se cansou da vidinha honesta e respeitável, mas muito pobre. Virou-se novamente para a prostituição e não tardou a compôr com umas cores bem mais coloridas, o magro orçamento familiar. Até que conhece Leonard Parsons, um cigano com quem Charlotte iniciou um tórrido e apaixonado romance. “Casar-te-ias comigo se eu fosse viúva?”, perguntou-lhe ela em diversas ocasiões. Parece que ele disse que sim. Em 1935, o anteriormente bastante robusto Frederick Bryant, começou a ficar doente e a sentir-se sempre muito mal depois das refeições que a sua querida e adorada esposa lhe preparava. Morreu em Dezembro desse mesmo ano. A autópsia revelou que o seu corpo estava misteriosamente encharcado em arsénico e quando ficou provado que a sua desgostosa viúva tinha comprado quantidades industriais de veneno para ratos numa loja local, todas as dúvidas desapareceram, selando o seu destino. As suas tranças de seda outrora negras como a noite, estavam agora brancas como a neve, quando Charlotte Bryant subiu ao cadafalso na Prisão de Exeter, a 15 de Julho de 1936, para cumprir a sua sentença.

10 comentários:

Menina do mar disse...

«Quem vê caras não vê corações», foge...

roserouge disse...

Menina do Mar, nós nunca conhecemos realmente ninguém. Podes viver uma vida inteira ao lado duma pessoa e, de repente, quando menos se espera, essa pessoa mostra uma parte dela que não sabias que existia. O mesmo acontece connosco. E são sempre situações-limite que nos põe à prova. É a natureza humana, acho eu. E sim, quem vê caras...

Jorge Pinheiro disse...

Novamente edificante. Olha lá, andas a dar ideias parvas a essas pequenitas?

Alice Salles disse...

Meu Deus que história horrenda!!!

Anónimo disse...

Que mulheres, e que histórias....

roserouge disse...

Tudo boas pequenas...rsrsr

Lília Abreu disse...

Arrepiante...

Estou como o expresso... aínda, sem querer, fazes sair o lado obscuro de alguém...

Prefiro as manhãs de chuva com aleluias, rsrs

Bom fim de semana !
Mantém-te longe destes espécimes que aqui relatas...
Abraços e sorrisos

Lília Abreu disse...

Roserouge,
Domingo, temos estória no Arco-Íris. A trocar as voltas uns aos outros.
Queres dar um ar da tua graça? com esse teu jeito de escrever tão original?

Abraço

pureza disse...

O lado oculto das mulheres - aliás, eu nunca duvidei. Por baixo de alguns sorrisos e olhares "maternos", semblantes caridosos e sofridos "pela graça de deus", é de se esperar uma força malígna pronta a tudo. Elas são silenciosas e, dificilmente, deixam rastros...

roserouge disse...

Terríveis, Pureza, terríveis...rsrs