(...) Já está bem documentada a forma rígida, e não poucas vezes violenta, como o pai Joseph Jackson (ele próprio um músico amador em tempos idos) tratava os filhos. E não se pense que tal mudou a partir da altura em que ele descobriu que dera origem a uma família de mais que evidentes talentos. O próprio Michael lembrou em tempos, em entrevistas a Oprah Winfrey, duas ocorrências concretas. Uma tinha ver como a forma como o pai geria os ensaios dos filhos: de cinto em punho, pronto a ser usado à mistura com insultos, de cada vez que ocorresse o mínimo erro. Outra dizia respeito a uma ocasião em que o patriarca trepou pela janela do quarto de Michael a meio da noite, com uma máscara assustadora, a urrar e a gritar. Enquanto Joseph defendia esta acção como uma lição para que os filhos percebessem o que poderia acontecer caso deixassem a janela do quarto aberta durante o sono, Michael declarou que, durante anos, teve pesadelos em que se via raptado a partir do seu quarto. Foi até mais longe dizendo que, durante a infância, a mera aparição do pai à sua frente o fazia ficar doente e com vómitos!
E embora sendo uma grande “ajuda”, tudo isto não chega ainda para explicar todas as bizarrias subsequentes. Afinal, quantas etapas de crescimento poderá um miúdo ter queimado quando, aos sete anos, já se juntava aos irmãos na banda e, um ano mais tarde, já andava pelo circuito de clubes nocturnos a abrir, se preciso fosse, para stripers e freak-show sortido? E que na hora de assinar juntamente com os irmãos o contrato discográfico com a Motown, que lhes garantiria toda a fama e fortuna imaginável, tem os relações públicas da editora a fazerem-no dois anos mais novo nas biografias oficiais (ele tinha onze), com o intuito de o tornar mais apelativo à audiência mainstream (leia-se: branca)? E que, aos catorze anos, já estabelecido como estrela da companhia, edita o seu primeiro álbum a solo? E que, sete anos mais tarde, já com 21, declara independência via associação com Quincy Jones, edita um disco chamado Off The Wall, que quase redefine as regras do que um álbum de pop mainstream deve ser? Este é o homem que, aos 24 anos, com Thriller, não só estabelece o recorde do mundo para o disco mais vendido de sempre como, graças a um fenómeno emergente chamado MTV, se torna na primeira verdadeira mega-estrela da era vídeo. Fazer melhor era, provavelmente, impossível.
Mas já se sabe. Como diz o velho adágio, quanto mais alto se sobe, maior é a queda. No caso de Jackson, não era só a altura que constituía problema de maior. Eram também profundos traumas de infância. E, sobretudo, um ciclo de evolução humana bastante adulterada por razão dos imperativos e possibilidades infinitas que um talento precoce desde cedo acarretam. Poder-se-á dizer que Michael Jackson foi vítima da fria, distante e gananciosa exploração tanto próxima como alheia, convenientemente disfarçada sob a capa de uma dádiva divina que o teria destinado (acertadamente, é um facto) à adulação e mimo do mundo inteiro. Também se poderá contrapor que para tudo existem duas faces. E que tal dádiva acabou por ser, à sua maneira, não tanto a maldição, mas o motor que ajudaria a precipitar o mais do que público desastre humano a que todos nós hoje assistimos enquanto voyeurs assumidos. (...)
E embora sendo uma grande “ajuda”, tudo isto não chega ainda para explicar todas as bizarrias subsequentes. Afinal, quantas etapas de crescimento poderá um miúdo ter queimado quando, aos sete anos, já se juntava aos irmãos na banda e, um ano mais tarde, já andava pelo circuito de clubes nocturnos a abrir, se preciso fosse, para stripers e freak-show sortido? E que na hora de assinar juntamente com os irmãos o contrato discográfico com a Motown, que lhes garantiria toda a fama e fortuna imaginável, tem os relações públicas da editora a fazerem-no dois anos mais novo nas biografias oficiais (ele tinha onze), com o intuito de o tornar mais apelativo à audiência mainstream (leia-se: branca)? E que, aos catorze anos, já estabelecido como estrela da companhia, edita o seu primeiro álbum a solo? E que, sete anos mais tarde, já com 21, declara independência via associação com Quincy Jones, edita um disco chamado Off The Wall, que quase redefine as regras do que um álbum de pop mainstream deve ser? Este é o homem que, aos 24 anos, com Thriller, não só estabelece o recorde do mundo para o disco mais vendido de sempre como, graças a um fenómeno emergente chamado MTV, se torna na primeira verdadeira mega-estrela da era vídeo. Fazer melhor era, provavelmente, impossível.
Mas já se sabe. Como diz o velho adágio, quanto mais alto se sobe, maior é a queda. No caso de Jackson, não era só a altura que constituía problema de maior. Eram também profundos traumas de infância. E, sobretudo, um ciclo de evolução humana bastante adulterada por razão dos imperativos e possibilidades infinitas que um talento precoce desde cedo acarretam. Poder-se-á dizer que Michael Jackson foi vítima da fria, distante e gananciosa exploração tanto próxima como alheia, convenientemente disfarçada sob a capa de uma dádiva divina que o teria destinado (acertadamente, é um facto) à adulação e mimo do mundo inteiro. Também se poderá contrapor que para tudo existem duas faces. E que tal dádiva acabou por ser, à sua maneira, não tanto a maldição, mas o motor que ajudaria a precipitar o mais do que público desastre humano a que todos nós hoje assistimos enquanto voyeurs assumidos. (...)
1979 - Jackson parte o nariz enquanto ensaia uma rotina de dança especialmente complexa, levando à primeira de imensas rinoplastias.
1984 - É vítima de queimaduras graves no escalpe, resultantes de um acidente pirotécnico durante as filmagens de um anúncio para a Pepsi. Pouco tempo depois, realiza a sua terceira rinoplastia.
1985 - Jackson é diagnosticado como tendo vitiligo, uma rara doença que faz a pele perder pigmentação e que torna os portadores demasiado sensíveis à luz do sol. O cantor só o revela oito anos depois.
1986 - As bizarrias espalham-se: clamou-se, em primeiro lugar, que Jackson dormia numa câmara de oxigénio hiperbárica, para retardar o processo de envelhecimento. Jackson compra e faz amizade com um chimpazé de estimação chamado Bubbles.
1993 - Jordan Chandler, de 13 anos, e seu pai Evan, instalam um processo judicial contra Jackson, alegando abuso sexual sobre o menor. O processo foi resolvido no ano seguinte, através de um acordo extra-judicial. A imagem do cantor fica seriamente afectada.
1994 - Casa-se com Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley. O casório é cinicamente visto como uma forma de limpar a imagem de Jackson, severamente afectada após as alegações de abuso de menores. O casal separar-se-ia no final do ano seguinte.
1994 - Casa-se com Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley. O casório é cinicamente visto como uma forma de limpar a imagem de Jackson, severamente afectada após as alegações de abuso de menores. O casal separar-se-ia no final do ano seguinte.
1996 - Jackson casa-se de novo, desta vez com a enfermeira Debbie Rowe. São dela, dois dos seus três filhos, Michael Junior e Paris Katherine. Divorciam-se em 1999.
2000 - Os primeiros rumores sobre dificuldades financeiras começam a vir ao de cima, com a Sony, alegadamente, a tentar comprar os direitos do catálogo do cantor (detidos pelo próprio) sem sucesso.
2002 - Nasce o terceiro filho de Jackson, Prince Michael, fruto de inseminação artificial. Meses mais tarde, acena aos fãs na varanda do seu quarto de hotel, segurando o filho de forma algo negligente.
2003 - Novas acusações de abuso de menores vêm a público. Desta vez a alegada vítima era Gavin Arvizo, que tinha 14 anos à data da ocorrência. Dois anos depois, é considerado inocente de todas as acusações.
2006 - Novos rumores sobre a saúde financeira de Jackson, com o famoso rancho Neverland a ser disputado no mercado, por um valor superior aos 120 milhões de dólares.
5 comentários:
O miudo da 1ª foto é o Michael J.
Acertei?
Sorry, hoje não é dia para brincar...
Hoje contaram-me uma anedota de um terrível mau gosto que vou aqui partilhar. É horrível, eu sei e vais ficar a pensar o pior de mim mas, cá vai: MICHAEL JACKSON FEZ MAIS UMA OPERAÇÃO PLÁSTICA............... ESTICOU O PERNIL...
Boa, rsrsrs... e o que fez ele assim que chegou ao céu? Virou-se para o S. Pedro e perguntou: "Onde está o Menino Jesus?"
Não há dúvida que ele era uma pessoa absolutamente bizarra, excêntrica, de múltiplas faces e facetas - mas o homem era bom no que fazia. A coreografia - corpo/ritimo/voz deram uma nova dimensão ao vídeo clipe.
Rose,
Uma bonita e humana homenagem a MJ.
Obrigada pela partilha!
Ouvi, no TJ, que a família quer uma 2ª autópsia; já começou a guerra pela custódia (ou dinheiro?) das crianças e ñ queria estar na pele do cardiologista dele.
Este caso faz-me reflectir: na qualidade do apoio, a nível pessoal, que podemos dar uns aos outros. Afinal, somos gregários por natureza. E isso pode ser para o bem ou para o mal. Para o MJ, foi o 2º, infelizmente.
Beijinhos e bom fim de semana!
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