segunda-feira, agosto 30, 2010

Slow Train Coming

Entre 4 de Setembro e 30 de Janeiro de 2011, o Museu Nacional de Arte da Dinamarca, em Copenhaga, mostra um novo capítulo da carreira do Dylan pintor.
Train Tracks (2009)

Bob Dylan pinta e desenha frequentemente desde os anos 60 - a capa de "Self Portrait", de 1970, é da sua autoria - mas só nos últimos três anos tem mostrado este lado da sua vida artística em exposições. Entre 4 de Setembro e 30 de Janeiro de 2011, o Museu Nacional de Arte da Dinamarca, em Copenhaga, mostra um novo capítulo da carreira do Dylan pintor. Depois de aguarelas e desenhos de pequena dimensão, o americano voltou-se para os acrílicos e para obras de grande escala. "The Brazil Series", a primeira exposição de pinturas de grandes dimensões de Dylan, inclui 40 pinturas e oito desenhos criados nos últimos dois anos.
As obras mostram "retratos da vida diária nas cidades e no campo", avistados por Dylan em viagens pelo Brasil, informa uma sinopse da exposição:
"Vinicultores, ciganos, políticos, apostadores e 'gangsters'.
Uma grande colecção de motivos e assuntos que acentua o fascínio do artista pela diversidade do Brasil. As obras surgem quase como registos antropológicos, despidas de quaisquer sentimentos românticos, preconceitos ou comentários sociais. O motivo em si mesmo, o seu potencial de composição, e a narrativa que lhe está implícita parecem ser as coisas que mais interessam ao artista".

Dylan fez esboços nos locais, em guardanapos ou sacos de papel, que funcionaram como pontos de partida para o trabalho no ateliê, onde adensou a linha narrativa por trás de cada imagem, seguindo a tradição figurativa do século XX, na linha de pintores como George Bellows e Thomas Hart Benton, refere o mesmo texto. É uma obra que não complementa ou dá novos sentidos às canções de Dylan, antes funciona como um universo específico. "Se pudesse expressar o mesmo numa canção, teria escrito uma canção", disse Dylan durante a preparação da mostra.

Coincidindo com a abertura da exposição, será editado o livro "Bob Dylan. The Brazil Series", a primeira análise com profundidade crítica e histórica da obra visual do músico.

Fonte:
Ípsilon, 13/Agosto/2010

The Blue Note

(...) Para mim há algo de primitivo e tranquilizador nesta música (blues), e entrou-me directamente no sistema nervoso, fazendo-me sentir um gigante de três metros. Era a mesma sensação que eu tinha tido quando ouvi a primeira música de Sonny Terry e Brownie McGhee no programa do Tio Mac, e o mesmo aconteceu quando ouvi Big Bill Broonzy pela primeira vez.
Vi uma actuação dele na televisão, a tocar num clube nocturno, iluminado por uma única lâmpada a projectar uma sombra vacilante a partir do tecto, criando um efeito de luz fantasmagórico. O tema que ele estava a tocar chamava-se "Hey Hey" e deixou-me de boca aberta. Era uma peça de guitarra complicada, cheia de blue notes, que resultam da divisão de uma nota maior com uma nota menor. Começa-se normalmente pela nota menor e dobra-se a corda para cima em direcção à maior, por isso fica algures entre as duas. A música egípcia e indiana também utiliza este tipo de alongamento de notas. Quando ouvi Big Bill pela primeira vez e, mais tarde, Robert Johnson, convenci-me que todo o rock'n'roll - bem como a música pop, já agora - tinha nascido dessa raiz. (...)

Eric Clapton
- Autobiografia
Casa das Letras, Maio 2008.

Here, There and Everywhere

Vaso sanitário de John Lennon leiloado por 12 mil euros.
Peça de porcelana atingiu dez vezes o valor que era esperado. Objeto fez parte de um leilão ligado aos Beatles, em Liverpool.

Um vaso sanitário que pertenceu a John Lennon foi arrematado neste sábado por 9.500 libras (11.600 euros), cerca de dez vezes o valor estimado inicialmente, durante um leilão de objetos ligados aos Beatles em Liverpool, anunciaram os organizadores.
O vaso em porcelana branca, decorado com frisos e motivos florais azuis, foi usado pelo músico quando vivia em sua casa de Tittenhurst Park no condado de Berkshire (sudeste da Inglaterra), entre 1969 e 1972.
A peça, avaliada em 1.000 libras no máximo no catálogo, foi adquirida por um colecionador estrangeiro durante a 33ª convenção dos Beatles de Liverpool.
O vaso tinha sido dado por John Lennon a John Hancock, um pedreiro que fez alguns trabalhos para ele. O músico lhe havia proposto guardá-lo e usá-lo como um jarro de flores, após a instalação de um novo banheiro.
A peça foi conservada durante 40 anos, até a morte do pedreiro. A decisão de vendê-la foi tomada pelo filho.

Fonte: Agência France Press via jornal "O Globo".

Segundo a amiga Pureza Silva, que me "ofereceu" este presente via Facebook é "uma preciosidade... testemunha o(cu)lar das partes mais íntimas do idolatrado Sir JohnLennon - é emocionante"...

sexta-feira, agosto 20, 2010

The Eye Of Jazz

Herman Leonard, o norte-americano conhecido como o fotógrafo do jazz, morreu no sábado, em Los Angeles, aos 87 anos. Fotografou Ellington, Gillespie, Davis ou Fitzgerald e o seu lema era: “Above all, enjoy the music”. Leonard começou a sua carreira nos anos 1940 por ser amante da música jazz - como não tinha dinheiro para entrar nos clubes de Nova Iorque (como os Royal Roost, Birdland ou Bop City) foi através da fotografia que conseguiu assistir a concertos. Viveu em Nova Iorque, depois em Paris, e fotografou todos os nomes importantes do jazz. Captou para a posteridade Dexter Gordon, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Billie Holiday, Duke Ellington, Miles Davis, entre outros. Durante algum tempo foi o fotógrafo pessoal de Marlon Brando, e também fotografou para a revista “Playboy” norte-americana. Uma das fotografias mais famosas do autor e um dos melhores retratos de Herman Leonard mostra a cantora Ella Fitzgerald a cantar em Paris em 1960, com os olhos fechados e em absoluta concentração, com uma gota de suor a descer-lhe pelo pescoço. Em 2005, o fotógrafo perdeu grande parte dos seus bens por causa do furacão Katrina que atingiu a sua casa em Nova Orleães e destruiu mais de 8 mil fotografias. Mas os negativos foram salvos, pois estavam depositados no Ogden Museum of Southern Art. O fotógrafo trabalhava agora com o músico Lenny Kravitz. Leonard (6/Março 1923 – 14/Agosto 2010) é autor do livro “The Eye of Jazz” (editora Viking) e de “Jazz” que será publicado em Novembro pela Bloomsbury nos Estados Unidos.
Fonte: Público.

Este post foi integralmente copiado, com a devida autorização do dono, do excelente Disto e Daquilo, aqui mesmo ao lado.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Blog About


Come, Tell Me How You Live

Agatha Christie escreveu quase cem livros, mas só um assinado Agatha Christie Mallowan: Come, Tell Me How You Live, título da edição original deste livro. É "uma memória arqueológica” dos anos 30 nas escavações do marido, Max Mallowan."
Os editores não gostaram. Não havia trama nem crime. Era como mostrar o álbum de férias a estranhos. O que é que os leitores dela tinham a ver com aquilo?
Quase tão lida quanto a Bíblia, Mrs Mallowan não puxou dos galões. Disse que o livro era “uma frivolidade”, como se falasse de um par de sapatos.
Foi um sucesso, claro, e mais de sessenta anos depois continua em edição de bolso e politicamente incorrecto – vários turcos e pelo menos um árabe “sub-humano” saem daqui para a glória. Mas de ninguém a autora ri como de si própria, ansiosa, voluntariosa e volumosa.

Sobre Na Síria, Agatha Christie escreveu: «Esta crónica inconsequente foi iniciada antes da guerra. Depois foi posta de lado. Mas agora, após quatro anos de guerra, dei por mim a pensar cada vez mais naqueles dias passados na Síria, e por fim senti-me impelida a tirar os meus apontamentos e os meus toscos diários para fora e a completar aquilo que começara e pusera de lado. Pois parece-me que é bom recordar que esses dias e esses lugares existiram, e que neste preciso instante a minha pequena colina de calêndulas está em flor, e que os velhos de barbas brancas que se arrastam atrás dos burros talvez nem saibam que existe uma guerra.»

Foi no deserto sírio, no intervalo dos cacos - hoje expostos no Museu Britânico, mas também no Museu de Alepo - que Agatha Christie escreveu muitos dos seus crimes. Na Síria é a memória de como foi inteiramente feliz ali. Os árabes gostavam quando ela chegava. Tudo a fazia rir.

Na Síria - Agatha Christie Mallowan
Prefácio de Alexandra Lucas Coelho
Tinta da China, 2010

terça-feira, agosto 17, 2010

Um Pastel Em Belém

A exposição "Warhol TV", que inaugurou a 26 de Julho no Museu Berardo, mostra um outro lado de Warhol. Sem latas de sopa de tomate nem Marilyn colorida. Só ecrãs de televisão."Diga aos seus leitores que esta é uma exposição cool. Tem de ser vista com calma e tempo. É para se sentarem no sofá e verem tudo com atenção." Judith Benhamou, comissária da exposição, deixa o aviso e nós corroboramos: não vale a pena ir com pressa. "Warhol TV", mostra um lado de Andy Warhol que poucos conhecem. É que entre as décadas de 70 e 80, o artista plástico mais famoso dos EUA dedicou-se à criação e realização de programas de televisão.

Beleza, vaidade, sexo, talentos, processos de criação, eventos sociais, transformação. Cada sala tem um tema, ecrãs e sofás. Ao fundo, uma imagem em loop de Warhol a correr na direcção dos visitantes. Para montar esta exposição, Judith Benhamou mergulhou de cabeça nos arquivos do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, e nas memórias dos (poucos) colaboradores sobreviventes do artista. Nas suas investigações descobriu verdadeiras pérolas, como um anúncio da Coca-Cola light: "Andy Warhol fazia tudo, não tinha preconceitos. Ele estava apostado em construir um império económico e conseguiu." O resultado é um anúncio piroso, com Warhol inexpressivo, no meio de gente feliz, a beber Coca-Cola.

Numa outra sala, fechada em cortinas de veludo vermelho escuro, outra preciosidade: um episódio da série "Barco do Amor" onde Andy Warhol aparece como convidado. "Ele é péssimo a representar! Falei com o produtor da série e ele disse que trabalhar com ele foi um verdadeiro pesadelo, nunca sabia os textos, nem o que fazer", conta Benhamou.

Na exposição pode ver-se também excertos do último "Andy Warhol's 15 Minutes", o programa da MTV criado e apresentado por si, com um último episódio inteiramente dedicado a Warhol, aquando da sua morte, com imagens do seu funeral. No entanto, esta não será a última imagem que irá ver: "Não queria que a exposição acabasse de forma triste", explica a comissária. Assim, a última obra a ser exibida é um videoclip que Warhol fez para os "The Cars".

Cinema

O que esta exposição não mostra - já que se concentrou apenas nas criações televisivas de Warhol - é o lado cinematográfico, obscuro e artístico de Warhol. Começaram por ser horas de imagens gravadas de pessoas a fazer coisas tão simples como dormir ("Sleep", 1963), beijar ("Kiss", 1963/64), a cortar o cabelo ("Haircut", 1963) ou a ter sexo oral ("Blowjob", 1964). Warhol gostava de ver, sem interferir. Era o oposto de um realizador, já que com os seus filmes não tentava mostrar a sua visão: ele era um voyeur e a câmara os seus olhos. As imagens eram gravadas a preto e branco e depois exibidas em slow motion. Mais tarde, os seus filmes passaram a ter guiões. "Chelsea Girls" e "Couch" são exemplos disso. Guiões loucos que raramente passavam de indicações de acção e eventuais diálogos. Os actores eram todos os que gravitavam em redor de Warhol. Os proscritos da sociedade, travestis, drogados, deprimidos e aspirantes a artistas, que encontravam em "The Factory" o ateliê de Andy, uma espécie de casa. Havia drogas e sexo para todos e Warhol alimentava a sua carreira com os impulsos mais negros dos outros.

Fonte: ionline.
Até 14 de Novembro. Fui ver e gostei muito. Vão ver.

domingo, agosto 08, 2010

Retrato do Artista Enquanto Jovem - 150ª parte

Minha mãe sugeriu que eu devia escrever um conto para remediar o tédio de uma convalescença. Respondi-lhe que não sabia fazê-lo. "Como podes saber isso se nunca tentaste antes?"- perguntou-me. - Quem é?

Bookshop

O momento é de crise e os negócios de livros não escapam aos tempos difíceis. As livrarias online tentam captar a atenção dos consumidores através da Internet, com preços apelativos e com a comodidade de encomendar sem sair de casa. Não são poucas as histórias de mais uma livraria que fechou, ou em risco de falência. Os eBooks também são responsáveis por isso, já que o número de leitores que cedeu à leitura electrónica tem vindo a crescer gradualmente.

Mas há sempre lugar para o espaço físico dos livros. O Huffington Post fez uma selecção das melhores livrarias do mundo e, guess what, a portuguesa Lello está em segundo lugar. Os nove espaços seleccionados são aqueles que fazem com que qualquer utilizador de laptops e de eReaders, ceda aos encantos de comprar um livro. De papel e tinta. Com cheiro, páginas para folhear e capas de todos os tamanhos e feitios.

Top 9 livrarias mundiais:

1 – Selexyz, em Maastricht, Holanda. Em 2008 já tinha sido reconhecida pelo The Guardian como a melhor livraria do mundo. A loja é dentro de uma Igreja Dominicana, que data de 1924.

2Lello, no Porto, Portugal. Construída em 1881, com um interior de luxo, é decorada com gesso pintado que imita madeira. No tecto existe um grande vitral. A escada curvada que liga os dois andares do espaço é outra das imagens de marca da livraria Lello.

3 – El Ateneo, em Buenos Aires, Argentina. Noutros tempos foi um teatro, “The Grand Splendid”. Em 1929 foi o primeiro local no mundo a passar filmes com som. Na El Ateneo, os leitores podem descansar no elegante café que a livraria dispõe.

4 – Poplar Kid´s Republic, em Beijing, China. O espaço é amplo e conta com uma arquitectura divertida, capaz de seduzir os mais novos. Tem mais de três mil títulos, traduzidos em diversas línguas.

5 – Cafebreria El Péndulo, Cidade do México, México. Um três em um: bar, café e livraria, com plantas naturais que decoram o interior. Espaço de conforto e chillout.


6 – Shakespeare and Co, em Paris, França. É inglesa, mas está em Paris. Por lá pararam grandes autores, como Hemingway ou Fitzgerald. Ali encontram-se obras contemporâneas, como as de colecção, que não estão para venda, mas podem seu consultadas no espaço de leitura que o local tem no andar de cima.

7 – The Strand, em Nova Iorque, EUA. Tem cerca de 18 mil livros, milimetricamente arrumados e organizados. Também vende livros usados, com o preço que merecem, claro.

8 – Goulds Books Arcade, em Sydney, Austrália. Tem uma colecção de 300 mil livros e vinis, outros tantos, à volta de 650 mil, em armazém e ainda cerca de 70 mil online.


9 - Hay-on-Wye, no País de Gales. Conhecida como a “Cidade dos Livros”, existem mais de trinta livrarias na cidade. É também associada ao local onde se encontram livros em segunda mão e de edições antigas.

Este post foi integralmente copiado - com a devida autorização da amiga Maria Nunes - do excelente Nas Pregas Da Língua, aí mesmo ao lado . Olá Cat Power.

O Futuro Começou




O aspecto mais triste da vida actual é que a ciência ganha em conhecimento
mais rapidamente, que a sociedade em sabedoria - Isaac Asimov

quinta-feira, agosto 05, 2010

Escrever Escrever

"Aprendi, num curso de história de ensino à distância, que, há quarenta anos atrás, em Portugal, a mulher que quisesse ser comerciante tinha de apresentar uma autorização expressa do marido. Face a este exemplo, que tem a ver com um paradigma machista, deve, hoje, a maior parte de nós, de reagir com espanto, enquanto que no passado tal não sucedia".

O texto não tem erros, pois não? Ai tem, tem. Sete erros. Venha aprender a detectar estes e muitos outros segredos da língua portuguesa e da técnica da correcção de textos.

Revisão de Textos/Iniciação (consultar o site para informação sobre outros cursos)
4, 9, 11 e 16 de Agosto - das 19h30 às 22h - Formador: Manuel Monteiro

http://www.escreverescrever.com/

Casa Das Histórias


Serviço Educativo - Julho/Agosto 2010
Verão na Casa das Histórias

No Verão há aventuras. Tempo para sonhar acordado, fantasiar, tempo para aproveitar a sombra das árvores e desenhar os recortes de luz, sentir o fresco das folhas e o cheiro da Natureza. No Verão há tempo para descobrir novas paisagens, escutar histórias e estarmos juntos. Nestes meses de calor venha partilhar connosco o prazer da arte em todos os espaços da Casa das Histórias, nas salas de exposição, no auditório, no jardim, na loja na cafetaria. Temos à sua espera pinturas e desenhos, ciclos de cinema, ateliês onde pode aprender, descobrir talentos, ser criativo. Não deixamos a noite de fora da programação, por isso o convidamos para uma "visita sob as estrelas" e porque não para um jantar-concerto? As actividades são para todos, de todas as idades. Venha visistar a Casa, verá que aqui os dias são mais longos.

Eduardo, este post é para ti. Se não estivesses do outro lado do Oceano, tenho a certeza que irias aproveitar estes eventos ao máximo!