As Piores Capas de Albuns - Parte 3

Querida Mãe,
Queira, adorada Mãe, receber este ramos de rosas que, com tanto carinho aqui lhe ofereço. Venho também, no entanto, informá-la que me encontro na mais profunda desilusão com a moça que me escolheu para casar. Não nego que a Hannellore Helga Schwarzkopf é uma excelente esposa, boa dona de casa, mantém-me limpo e bem alimentado, pertencendo à mais fina estirpe ariana com os seus alvos cabelos loiros, olhos de um azul límpido e magnífica estrutura óssea mas, temo que seja demasiado desenvolta para as minhas necessidades. À noite, quando chego em casa depois de um árduo dia de trabalho (também sou um bom alemão), ela atira-se ao meu frágil pescoço, encosta a sua boca, que mais parece uma ventosa, aos meus lábios delicados e lambuza-me todo. É claro que tenho que ir logo a correr para o duche, mas nem aí ela me dá sossego. Já tentou, por mais do que uma vez, meter-se na banheira comigo, mas é uma atitude que não me parece muito própria, além de perigosa, pois alguém pode cair e magoar-se. Depois de jantar, passeia-se pela casa toda vestida apenas com uns trajes sumários e transparentes (que eu não sabia que tinha) e tenta chamar a minha atenção de todas as formas. Não me parece muito bem, pois para além de se poder constipar, não deixa de ser uma senhora casada. Não aprovo, querida mãe, tamanha leviandade. O pudor e a esmerada educação que recebi não me permitem entrar em pormenores sobre o que se passa quando chega a hora de deitar. Para além do pijama, peúgas, barrete e cachecol, vejo-me na obrigação de usar o novo sobretudo que me ofereceu no Natal, na esperança de evitar qualquer contacto com a sua pele. Até agora, tenho conseguido. Por tudo isto, peço-lhe que leia e reconsidere esta minha sofrida missiva e me ajude a libertar-me deste inferno.
Seu filho adorado e muito saudoso,
Heino