sexta-feira, outubro 31, 2008

Mitos

quarta-feira, outubro 29, 2008

Deliverance

Quatro homens, amigos de longa data e provenientes dos subúrbios duma cidade qualquer nos Estados Unidos, partem numa aventura de fim de semana, no intuito de descerem os rápidos dum rio que não conhecem, dirigindo-se a uma zona selvagem que eles julgam poder controlar. Fim de Semana Alucinante, o título que recebeu em português, com um argumento de James Dickey, baseado no seu livro, surge-nos com uma narração absorvente e electrizante, tal como o Rio Chattooga, na Geórgia, onde decorreram as filmagens. Igualmente fantástico é o desempenho de cada actor, com as várias reacções e mudanças de carácter, devido aos acontecimentos inesperados que surgem no decorrer da acção. Com um naipe de actores de primeira água, Jon Voight, Burt Reynolds, Ned Beatty e Ronny Cox, o realizador John Boorman coloca-nos perante os limites da luta pela sobrevivência, levando-nos ao sabor da corrente, perigosa e irresistível. John Boorman consegue criar uma tensão exemplar, no meio de uma narrativa sustentada pelo terror psicológico, com algumas cenas de violência mais directa. Um filme surpreendente, de 1972 e que foi nomeado para os Óscares em três categorias: melhor filme, melhor realizador e melhor montagem, não tendo ganho nenhuma delas. No vídeo em baixo, pode ver-se uma das cenas mais emblemáticas deste filme, um duelo entre um banjo e uma guitarra com um dos personagens e um rapaz mudo completamente sinistro, como aliás todo o ambiente “social” em que vivia.
A América profunda.

terça-feira, outubro 28, 2008

Pedindo Esmola...

Muitas vezes, em épocas de crise, acabamos por descobrir em nós certos talentos que nem sequer sabíamos que existiam. É então que vêm de lá as pessoas com os ditados populares do costume, tipo, a necessidade aguça o engenho, a ocasião faz o ladrão, o hábito faz o monge, etc. Talvez não fosse má ideia começarmos a pensar nisso, ou seja, que mais posso eu fazer para ganhar mais alguns trocos...e estes parece que não pagam imposto...

Poesia Mineira

E para fazer concorrência ao nosso muito estimado Drops Azul Aniss, aqui vai esta pérola da poesia mineira. Não sei quem escreveu, mas se algum de vocês souber, é favor dizer. A Cruzada Anti-Depressão-Por-Causa-da-Crise continua!

Vô contá como é triste, vê a veíce chegá,
Vê os cabêlo caíno, vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.
Vê "aquilo" esmoreceno, sem força prá levantá.

As carne vão sumino, vai parecêno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.
As coisa vão encurtano, vão aumentano as orêia.
Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.

A veíce é uma doença que dá em todo cristão:
dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão.
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:
vai passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo, benza Deus e agradece,
correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.

No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava
Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita da cidade eu bolinava.
Eu fazia todo dia, inté o bichim desbotava.

Mais tudo isso passô, fais tempo ficô prá tráis
as coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.
Prá falá memo a verdade, nem trepá eu trepo mais.

Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beja e abraça,
porém só faiz duas coisa: solta peido e acha graça.

Autor Desconhecido

segunda-feira, outubro 27, 2008

Voulez Vous Coucher Avec Moi Ce Soir?

Caros amigos da blogosfera, esqueçam a crise por uns momentos e façam como Vivien Leigh no "E Tudo o Vento Levou", quando ela disse:
- Eu devia chorar, mas agora não me apetece, choro antes amanhã!

Catalogue des Prix d'Amour

Em 1915, estes eram os preços praticados na Casa de Passe da Mademoiselle Marcelle LaPompe, em Paris. Acho eu que era em Paris. Para além do nome da rua ser uma delícia, reparem no número da porta...e a descrição das...hãã...actividades possíveis e em pormenor é de bater palmas. E quem lá fosse depois da meia-noite e se não precisasse de luz, ainda tinha desconto de um franco. Sim, porque naquela época, um franco era muito dinheiro...

domingo, outubro 26, 2008

Um domingo qualquer


Adoro esta fotografia. Está numa moldura na minha sala. Eternizou um momento bucólico duma família que, numa tarde quente dum domingo qualquer no Verão de 1955, se deliciou num passeio até ao Castelo de Almourol em pleno Rio Tejo. A bonita rapariga à janela do automóvel é a minha Mãe no esplendor dos seus 23 anos. Ainda não conhecia o meu Pai que estava a fazer a recruta no regimento de caçadores paraquedistas ali perto, em Tancos. O resto da família são, à direita, o meu tio António, tendo ao colo o meu primo João Manuel com dois meses de idade e a minha tia Maria José, mãe do bébé e do meu primo Armando Manuel então com 10 anos e sentado em baixo. Ao lado dele, está a Gracinda, uma afilhada do outro casal à esquerda, o tio Armando e a tia Mitá. Sempre que olho para esta fotografia apetece-me lá estar. Eu nasci cinco anos mais tarde, numa tarde de Verão dum domingo qualquer.

Eleições

Esta foto recebi duma amiga que vive nos Estados Unidos e que vai votar Obama. Mas a dúvida persiste sempre: mudará mesmo alguma coisa?

sábado, outubro 25, 2008

Profissão: Ladrão

Para rir, descontrair e desejar-vos um bom fim de semana!

terça-feira, outubro 21, 2008

Ainda um Balão Vermelho...

Quando n'outro dia andava à procura da minha postagem para a Tertúlia Virtual, encontrei também esta deliciosa curtíssima metragem e não resisto a partilhá-la com vocês. Outro balão vermelho, outra perspectiva, mas sempre a voar nas "asas do pensamento". Enjoy!

segunda-feira, outubro 20, 2008

Parabéns, Cristiana!

20 de Outubro de 1985 - 18h50
A minha filha faz hoje 23 anos. Quero para ela, melhor do mundo!

sábado, outubro 18, 2008

Noah Joad

"- Tom, eu já não quero ir com vocês. (...) Tom, eu não deixo este rio. Vou descer por estas margens. (...) Vou arranjar linha e anzóis e pôr-me a pescar. Perto de um rio ninguém morre de fome. (...) É superior às minhas forças, não posso deixar este rio. (...) Estive deitado naquela água. E agora não a deixo. Vou descer o rio, Tom. Posso pescar e nadar. Não vou deixar o rio. Não posso! (...) Custa-me fazer isto mas tem que ser. Preciso de ir e acabou-se.

Voltou-se abruptamente e foi-se por ali abaixo, ao longo da praia. Tom ainda quis segui-lo mas acabou por desistir. Viu-o desaparecer entre os arbustos e depois tornar a surgir, seguindo a margem do rio. O seu vulto foi diminuindo de tamanho pouco a pouco, até se sumir de vez entre os salgueiros."

Excerto de "As Vinhas da Ira" - John Steinbeck, quando o irmão mais velho Noah Joad, decide não continuar a acompanhar a família no seu êxodo até à Califórnia.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Paul Newman - Ainda e para Sempre

Paul Newman e Katharine Ross numa cena do filme "Butch Cassidy and the Sundance Kid". O outro, do triângulo amoroso, era Robert Redford. Eu tinha que dizer qualquer coisa sobre Paul Newman. Vídeo gentilmente cedido pelo amigo da blogosfera, João Menéres.

quarta-feira, outubro 15, 2008

VOAR - Tertúlia Virtual

O Voo do Balão Vermelho

terça-feira, outubro 14, 2008

No Country for Old Men

Enquanto eu estou aqui a torrar o juízo a pensar no que vou fazer amanhã na Tertúlia Virtual, entretenham-se vocês, ó amigos blogueiros, com esta muuuiiiito curta metragem dum filme que já quase toda a gente viu, ou pelo menos ouviu falar. Se gostarem, há mais donde este veio...

segunda-feira, outubro 13, 2008

As Telas do Eduardo

Finalmente, chegaram as telinhas do amigo Eduardo! A mais pequena, os "Pregadores à la Andy Wahrol" que é o meu tão merecido prémio por ter sido a "freguesa" nº 120.000 do "Varal de Idéias" (vénia, por favor), e também uma surpresa boa a fazer-lhe companhia, uma outra telinha da série que muito aprecio, "Rolando a Barra". Fiz questão que ficassem juntinhas e por baixo da segunda tela deixei um buracão gigantesco pois essas paredes são rijas que nem cornos, o prego não entrava e emprestei o berbequim a alguém que ainda não devolveu...acabei por ter que pôr cola no prego e a coisa parece que ...colou. Ficam ali por cima da minha cabeça (também se caírem não chateiam muito) e do meu querido sofá vermelho (à la Frank Zappa) e na foto de baixo podem ver o contexto geral da coisa. Acho que ficaram muito bem. Os meus amigos vão ficar verdes de inveja. Verde é uma cor muito bonita, eu diria! Obrigada, Eduardo, valeu!

sábado, outubro 11, 2008

Marcello

Acredito na natureza, no amor, no afecto, na amizade, no meu trabalho e nos meus amigos. Amo as pessoas e amo a vida. Talvez por isso a vida me tenha retribuído tanto. Penso que sou um homem muito afortunado.
Marcello Mastroianni 1924 - 1996

sexta-feira, outubro 10, 2008

Dexter

Eu adoro o Dexter. É o meu assassino em série favorito. A ambiguidade moral deste personagem psicopata que persegue outros psicopatas e que por uma razão qualquer escaparam à justiça é absolutamente fascinante. Para ele, o acto de matar um psicopata assassino assume contornos cerimoniosos quase rituais. Ele não hesita. Ele não tem dúvidas. Onde começa e acaba a linha que separa um homem bom dum homem mau? Se calhar, não existe. Eu vou continuar a ver a série. Absolutely.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Vinyl for Life















Para os melómanos ou para quem quiser aquele disco que há muito procura e não encontra, recomenda-se uma visita a esta pequena loja. Enjoy!

quarta-feira, outubro 08, 2008

Fender Stratocaster


Na Primavera de 1954, Clarence Leo Fender lançou a guitarra mais famosa de sempre: a Stratocaster. Tocada por alguns dos maiores guitarristas do mundo, a história da "Strat" confunde-se com a história do jazz, do blues, da soul e do rock'n'roll. No entanto, na época, o exito da Fender não se adivinhava. Leo Fender criou-a com algumas inovações. Entre elas, as cores, comuns à da indústria automóvel de então. A introdução da barra "tremolo", a alavanca que lhe prolonga as notas, fazia com que a Fender Stratocaster soasse a algo muito diferente. Esta ficaria como uma imagem de marca da guitarra que permitiu abrir novos e revolucionários caminhos na música popular contemporânea. Um verdadeiro "breakthrough". O som da Fender não se esgotou no tempo. Desde os primeiros utilizadores como Bill Carson ou Buddy Holly e mais tarde Eric Clapton, a mesma base sonora proporcionou sons em estilos muito diferentes de vários intérpretes tais como Mark Knopfler, David Gilmour, The Edge e até Kurt Cobain. Em 1969, Jimi Hendrix subiu ao palco no festival de Woodstock, para tocar o "Star Spangled Banner", o hino dos EUA na sua guitarra eléctrica. Esta actuação foi saudada como um supremo acto subversivo de um músico que assim via a melhor maneira de protestar contra a guerra do Vietname. Este acto simbólico ficou para a posteridade (como aliás, o próprio festival de Woodstock) tal como a música de Hendrix e a estranha sonoridade da sua guitarra. Esta mesma guitarra chegou a ser vendida em leilão por mais de um milhão de dólares a um milionário italiano, sendo hoje propriedade de Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft, por um valor não divulgado publicamente. Vejam o vídeo em baixo, com uma pequena introdução de Little Richard. Enjoy!


terça-feira, outubro 07, 2008

SPIN

Caros Caros amigos da blogosfera, agradeço que dispensem oito minutinhos do vosso precioso tempo a ver esta muito curta metragem absolutamente fabulosa. Espero que gostem tanto como eu. Se gostarem, sou bem capaz de vos arranjar mais do género. Enjoy!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Corto Maltese

Corto Maltese é uma personagem de banda desenhada criada por Hugo Pratt, um marinheiro errante que viaja por todo o mundo no início do século XX. Corto navega pelo Pacífico Sul, passa por Veneza, América do Sul, Sibéria, Médio Oriente, vai-se perdendo pelo mundo. Por cada local por onde passa, encontra sempre alguém conhecido, participa numa nova aventura e conhece uma nova mulher, quase sempre misteriosa e/ou fatal. Nas suas aventuras cheias de referências, Corto cruza-se com personagens históricas reais como o escritor Jack London, o fora-da-lei Butch Cassidy, o piloto alemão Barão Vermelho e muitos outros. Em muitas das suas aventuras encontramo -lo com o seu parceiro de viagens, o execrável, sem escrúpulos, sociopata russo Rasputin. Corto Maltese, o herói romântico por excelência.

domingo, outubro 05, 2008

Riverdance

Riverdance, que em português significa «dança do rio» é um espectáculo de sapateado irlandês, reconhecido pelo rápido movimento de pernas dos dançarinos e aparente imobilidade da cintura para cima. A produção de Riverdance foi elaborada para um intervalo de 7 minutos, no Festival da Eurovisão de 1994, por Bill Whelan. A Irlanda era a anfitriã do festival nesse ano, tendo escolhido a cultura celta como mote para este espectáculo. A combinação de música tradicional e moderna, com coros e dança irlandesa resultou perfeita, apaixonando o público imediatamente pela cultura do país. O sucesso desde logo foi tal que o grupo não pára de sapatear pelo mundo inteiro. As tourneés são anuais com salas sempre esgotadas por onde dançam. Já estiveram em Lisboa.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Pudesse Eu


Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Porto, 1919-2004

quinta-feira, outubro 02, 2008

Azulejos - Breve introdução


O Azulejo é uma das expressões mais fortes da Cultura em Portugal e uma das contribuições mais originais do génio dos Portugueses para a Cultura Universal. Azulejo é a palavra portuguesa que designa uma placa cerâmica quadrada com uma das faces decoradas e vidradas. A sua utilização é comum a outros países tais como Espanha, Itália, Holanda, Turquia, Irão ou Marrocos, mas em Portugal assume especial importância no contexto universal da criação artística, não só pela longevidade do seu uso, sem interrupção ao longo de cinco séculos, mas também pelo modo de aplicação como elemento que estrutura as arquitecturas, através de grandes revestimentos no interior dos edifícios e em fachadas exteriores. Foi entendido ao longo dos séculos, não só como arte decorativa, mas também como suporte de renovação do gosto e da própria História de Portugal.
A figura acima é mais um exemplo da sua utilização, podendo estas pequenas quadras com ditados populares ser encontradas aleatoriamente um pouco por todo o País, em feiras, lojas de souvenirs turísticos, cafés, restaurantes e até em casas particulares.
Pretendo, com este post, começar por fazer uma breve abordagem ao longo do tempo a esta forma de arte que tanto nos orgulha, esperando manter uma sequência semanal. Uma visita ao Museu do Azulejo em Lisboa é obrigatória.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Lisboa à noite


"Lisboa à Noite: mobilidade nocturna em segurança.
A partir de 19 de Setembro terá início o projecto “Lisboa à Noite: Mobilidade Nocturna em Segurança”. Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, pelo Ministério da Administração Interna e pela Câmara Municipal de Lisboa, integrada na Semana Europeia da Mobilidade.
O projecto visa:

• Reforçar a oferta existente da rede de Transporte Público nas noites de 6.ª feira, sábado e vésperas de feriado em Lisboa;

• Reduzir a taxa de sinistralidade, designadamente devido a excessos no consumo de bebidas alcoólicas;
• Disciplinar o tráfego rodoviário, tanto em termos de circulação como de estacionamento; e

• Aumentar a segurança no eixo Bairro Alto – Av. 24 de Julho e Rua de Cintura do Porto de Lisboa."

Ora aqui está uma iniciativa muito interessante por parte das nossas entidades oficiais. Como é certo e sabido, o pessoal gosta de festa e, nestes dias, saiem à rua hordas de hunos sequiosos, literalmente, duma bem geladinha. As operações STOP promovidas pela polícia começam à quinta feira, vão pelo fim de semana adentro e são às centenas os que são apanhados sem seguro, sem carta, excesso de velocidade e alcool a mais no sangue. Ou sangue no alcool. Eu própria já fui ao balão várias vezes e lá me vou safando. É claro que tenho que fazer aquele filme do costume ah e tal xô guarda, não me diga, mas eu só bebi uma cervejinha, jantei foi muito pouco tá a ver, eu moro já aqui, mas vai ver que não acusa nada e tal...e não acusa mesmo! Vá, pronto minha senhora, vá-se lá embora...

De qualquer forma, é de louvar esta acção por parte do governo até porque nas principais cidades da Europa este sistema já funciona há muito tempo. Ainda por cima é gratuito e os principais utilizadores são pessoas muito jovens que não têm viatura própria. Resta saber até quando é que isto vai durar. Será só até às eleições?