William S. Burroughs (1914 - 1997)
William Seward Burroughs II foi um escritor, pintor e crítico social nascido nos EUA. A sua obra mais conhecida é O Festim Nu (Naked Lunch), que em 1983 foi adaptada ao cinema por David Cronenberg. Grande parte de sua obra, de atmosfera fantástica e grotesca, tem carácter autobiográfico. Apesar de fazer parte da chamada geração beat, os seus livros têm pouco em comum com o restante desses autores, já que a linguagem utilizada provém de fluxos de consciência durante o uso de alucinogénios. Usou heroína regularmente durante mais de uma década e foi sempre dependente de opiácios até à sua morte. Durante os anos oitenta entrou num programa de metadona, fez várias tentativas de reabilitação, mas nada deu resultado. Homossexual depois da morte acidental da esposa, foi um dos pioneiros da literatura experimental, tanto no universo léxico escatológico, urbano, comum e absurdo como no consumo de drogas para produção subjetiva de textos. “Nunca me arrependi da minha experiência com drogas”.
William S. Burroughs deve ser um dos poucos seres humanos que, consumindo drogas duras continuamente ao longo da vida, conseguiu chegar a velho. Inacreditável.
Em baixo, cartazes duma publicidade consciencializadora sobre o uso e abuso de drogas duras. There is no such thing as an old junkie. Fabulosa, esta campanha.
"Junk is the ideal product . . . the ultimate merchandise. No sales talk necessary. The client will crawl through a sewer and beg to buy. The junk merchant does not sell his product to the consumer; he sells the consumer to his product. He does not improve and simplify his merchandise. He degrades and simplifies the client. He pays his staff in junk."
William S. Burroughs
13 comentários:
Li o livro. Vi o filme. Um inspirador das novas correntes musicas a partir dos anos 70. Será que ele gostaria desta publicidade? E o que ela quer dizer? Francamente não percebo muito bem!
Putz!
Adoro o Cronenberg!
Na minha modesta opinião, esta publicidade é um alerta contra o uso e abuso de drogas duras. Não quero ser moralista, mas toda a gente sabe que não se chega a velho usando e abusando delas. Fica-se pelo caminho. Ou de overdose ou de doença causada por elas. A frase/mote dessa campanha é precisamente "There's no such thing as an old junkie". Talvez o Burroughs. Não percebo qual é que é a tua dúvida. E esta última citação dele é brutal e explica tudo. Não traduzi porque achei que tinha menos impacto. Mas é verdade. Até porque o tráfico de droga é o negócio mais lucrativo do mundo. Infelizmente. Mais que o petróleo ou outra coisa qualquer. E é por isso que não vai acabar nunca. O investimento inicial é irrisório e o lucro final é escandaloso. E não paga impostos nem precisa fazer publicidade. Como ele diz, "as pessoas rastejam e imploram que lhes vendam o produto". Tá tudo dito.
ESSA PARTE PERCEBI. A UTILIZAÇÃO DE IMAGENS É QUE TENHO DÚVIDAS QUANTO À POSIÇÃO DELE. MAS PROVAVELMENTE TENS RAZÃO. NINGUÈM QUER SER JUNK.
Atenção: acho a campanha excelente. Desconhecia-a completamente.
É obvio que a posição dele não tem nada a ver com as imagens. Tentei ironizar a coisa, ó grande expresso!
Excelente a campanha, but ... creio que dirigida ao pessoal de meia idade, a garotada se julga imortal e considera que a velhice está lá no infinito.
Humm .... e Keith Richard ?
Peri, é verdade tinha-me esquecido desse!!!
Mas esse engana muito. Metade daquilo é show off!!
KR já morreu faz décadas. esqueceram só de desplugá-lo.
E esqueceram-se de o avisar! rsrs
Guga
ótimo esse "desplugá-lo".
e vai ser difícil, acho que a tomada está colada ...
AHHH!
Esse cara era fantástico, e é o que acho também, ninguém quer ser junkie e o que ele fez foi simplesmente mostrar a raíz do "problema". Que seja bem usado esse "exemplo"....
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