segunda-feira, maio 18, 2009

O Orgasmo Maçador

Para quem começou como bailarina da Patrick Hernadez - sim sim, esse da cantiga Born To Be Alive (isto quer dizer o quê?) - Madonna percorreu um longo e suado caminho até se sentar no trono da pop que já há largos anos ocupa. Percebendo desde muito cedo que a polémica é um excelente motor de arranque para qualquer carreira, Madonna usou a sua educação católica para mexer com as questões do sexo e da religião: fez vídeos carregados de erotismo, publicou o livro de fotos Sex, coreografou masturbação em palco, pregou um cristo negro na cruz causando a ira do Vaticano e, ainda, beijou Christina Aguilera e Britney Spears na boca, em pleno palco também em frente a uns quantos milhões de espectadores.
Há quase 20 anos atrás (que horror, já passaram 20 anos, parece que foi ontem) durante a digressão Blonde Ambition pelo mundo inteiro, e que foi considerada como a turné que mudou para sempre o mundo dos shows, Madonna deixou de ser uma mera estrela pop para se transformar num ícone. Com cenários luxuosos - inspirados nos filmes Cabaret, Metropolis e Laranja Mecânica - foi, no entanto, o corpete dourado de Jean-Paul Gauthier com o sutiã pontiagudo que gerou parangonas - juntamente com a interpretação de Like A Virgin, em que Madonna simulava masturbar-se numa cama de veludo vermelho.

A controvérsia surgiu logo de seguida. A polícia no concerto de Toronto avisou-a para não simular o orgasmo. Ela simulou na mesma, mas não foi apresentada queixa. Antes da sua chegada a Roma, o Vaticano emitiu um comunicado em que se afirmava que a digressão Blonde Ambition "era um dos mais satânicos espectáculos da história da humanidade". Boa parte dos bastidores e algumas apresentações podem ser vistas no documentário Na Cama Com Madonna, feito durante a digressão. Nele, Madonna é mostrada de várias maneiras, desde o relacionamento com a equipe até uma reprodução de sexo oral feito numa garrafa. A revista Rolling Stone resumiu a turné como "elaboradamente coreografada, extravagantemente sexual e provocativa", e proclamou-a como "Melhor digressão do ano 1990". Na minha modesta opinião e, apesar de não comprar discos nem assistir aos concertos da Madonna, devo reconhecer que ela é uma das pessoas que melhor soube ou tem sabido gerir a sua carreira. Muito inteligente e excelente mulher de negócios. A Minogue, a Spears e a Aguilera têm estado atentas a todas estas movimentações mas, até agora, não me parece que tenham aprendido grande coisa. Olha que maçada.

6 comentários:

Clayton Ângelo disse...

A Madonna, sem dúvída é uma diva da música pop mundial. Polêmicas a parte, acredito que ela sempre quis colocar o dedo na ferida de propósito, levantando ou questionando situações sociais e hipócritas em todos os seguimentos, inclusive religiosos. Não sou fã de seu trabalho mas, que a garota é inteligente,não tenho dúvidas. Abraços.

roserouge disse...

Estamos de acordo, Clayton. Bj.

Anónimo disse...

Também concordo! E como o Clayton não sou seu fã!

Silvares disse...

Um dia fui assistir a um concerto dela. Só para ver, mesmo! Um grande espectáculo, sem dúvida, e também uma grande seca. Mas sempre posso dizer que não gosto muito. Gosto só um bocadinho. Assim como assim, prefiro jaquinzinhos com um belo arroz (pode ser de grelos).
:-)

Jorge Pinheiro disse...

Jaquinzinhos sempre!

Al Kantara disse...

Eu simpatizo com a Madonna. É a professora de aeróbica mais bem paga do mundo...