sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Woodstock Revisited - Melanie Safka

Melanie Safka
“Foi mágico. Nunca na minha vida tinha actuado para tanta gente. Logo que cheguei tive a minha primeira experiência transcendental. Fiquei aterrorizada, tive que sair. Comecei a atravessar o estrado e senti que o meu espírito se separava do meu corpo. Observei-me a avançar para o palco, sentar-me e cantar algumas estrofes. E quando senti que estava a salvo, regressei.

Começou a chover mesmo antes de eu entrar em cena. Ravi Shankar tinha terminado e o apresentador do espectáculo disse que se o público acendesse os isqueiros, talvez a chuva parasse. Quando acabei de cantar toda a colina estava repleta de pequeninas luzes. Creio que foi uma das razões porque regressei ao meu corpo.

Passado um ano, sempre que cantava “Candles in the Rain”, a canção que compus sobre Woodstock, as pessoas começavam a acender isqueiros e isto pegou de tal forma que comecei a ter problemas com os bombeiros, pois estes não aprovavam os meus concertos chegando mesmo a proíbi-los. De facto, não me deixaram actuar em New Jersey durante vários anos pois diziam que eram festivais de música e, nesse estado, os festivais não estavam autorizados.

Hoje em dia, para quem não esteve em Woodstock, ouvir falar deste acontecimento deve ser como ouvir histórias do tempo da guerra. Foi uma experiência espantosa ter lá estado, ser jovem naquela época e viver no meio de um grupo de pessoas que se conheciam umas às outras como se fossem uma única família. Woodstock foi a prova de que éramos parte integrante uns dos outros, de que a vida era mais do que obedecermos aos nossos pais e de que nunca nos deveríamos ter envolvido na guerra do Vietname.”

"As minhas recordações de Woodstock não são assim muito boas. Excepto pelo facto de ter estado a trabalhar com o engenheiro/produtor Eddie Kramer na mistura do disco "Woodstock" e a coisa ter corrido muito bem. Lembro-me de ter andado por ali nos bastidores, na tenda de John Sebastian e ter-me apercebido que ali ninguém alguma vez tinha visto a nossa banda tocar. E estou a falar dos Greateful Dead, dos Band, Richie Havens, Santana. Eles tinham gostado do disco "Crosby, Stills & Nash" e disseram: "Bem, mostra-nos lá então o que sabes fazer. Vai lá."
Graham Nash
Revista Mojo Classic - The Ultimate Collectors Edition
(continua)

7 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

Então foi assim que apareceu a ideia idiota dos isqueiros. Só podia ser com esta abencerragem da Melanie. Crosby e companhia, isso é outra comversa, embora me irrite (muito) a entrada do histérico Neil Young. Há quem diga que não os largou até entrar para a banda!

roserouge disse...

Por acaso a cena dos isqueiros também me irrita à brava, foi a primeira coisa que pensei quando li isto. Mas pior que os isqueirinhos são as palminhas nos concertos quando não vêm a propósito de coisa nenhuma e não deixam a gente ouvir a pessoa a cantar nem a tocar! Fico piursa!

roserouge disse...

Ah, mas eu adoro Neil Young! O duplo ao vivo é muuuuuito bom! Tive isso em vinyl, foi um dos que desapareceu...é esse que é o "Dejá Vu", não é?

Jorge Pinheiro disse...

Não, o Dejá é dos Crosby,etc. É o segundo e o promeiro que tem o Neil.

Anónimo disse...

Continua ótima essa saga, e postagem.

Lília Abreu disse...

Bom, passado tantos anos acompanhar o woodstock. Pensar em como tudo evoluiu de como mudou a postura de mtos intervenientes. É bom, neste caso sabe-me bem o saudosismo. Olha, fui ouvir "candles in the rain já ñ me lembrava.
E tb detesto os isqueiros, e as "palminhas". Aguardo o próximo post.
Bom Carnaval, com muito convívio.

roserouge disse...

Também nunca fui grande fá da Melanie Safka mas lembro-me de a ouvir cantar lá em casa quando era miúda o "Ruby Tuesday". Acho que era ela.