Está neste momento a passar este filme no Canal Hollywood. E lembra-me uma história.
Rio de Janeiro, Agosto de 2000. Estou com quatro amigas a passar férias no Brasil. Naquele Inverno, lá no Hemisfério Sul, o mau tempo não deu tréguas. Houve cheias e inundações de norte a sul no País, morreu imensa gente. Uma tragédia. De todas as vezes que regressávamos ao Rio, (andámos por todo o lado, da Baía a S.Paulo) estava sempre a chover, nublado, nuvens baixas, cinzento, um capacete na cabeça. De tal forma que não consegui ir ao Cristo-Rei nem ao Pão de Açúcar, para quê, não se via nada cá para baixo, não valia a pena (tenho que lá voltar, é o que é...)mas também não são três pingos de chuva na testa que nos vão estragar as férias... Estava eu então a contar que, num desses dias cinzentos e já depois de muito calcorrear a cidade a toque de caipirinhas e brochetas (são espetadas, tá?) de camarão no famoso Calçadão e de um pantagruélico almoço no restaurante "À Mineira", resolvemos acabar o dia no cinema. Isto dito assim parece idiota, mas ainda tínhamos muitos dias de vacances à nossa frente e no dia a seguir às seis da manhã, íamos apanhar um avião para Salvador ou Ilhéus, já não me lembro. Entrámos no Shopping da Barra da Tijuca e mesmo colado ficava o New York, um espaço gigantesco onde estavam as salas de cinemas e restauração. Lá nos pusémos a conferenciar sobre que filme iríamos ver e optámos por "O Patriota", com o Mel Gibson que ainda se aproveitava naquela época. Resolvi pôr aqui uma foto do querido Heath Legder, ainda tão novinho, tão lindinho, que morte estúpida e que neste filme faz de filho do Gibson. Entrámos para a sala e, ao todo, devíamos ser umas 40 ou 50 pessoas, já connosco incluídas. O filme começa e desatámos logo a rir, com as legendas em portugês-brasileiro. Nunca tínhamos visto tal coisa. Mas como aquilo era só para passar o tempo e a gente ria-se por tudo e por nada, lá fomos curtindo a fita. De repente, a imagem desaparece do écran. Desapareceu mesmo, só ficou o som. Pensámos que era coisa de alguns segundos, um minuto vá, mas nada, aquilo continuava. Mais uma galhofa, claro. O responsável pela projecção do filme, não estava nem aí, de certeza. Alguns minutos depois, começam a ouvir-se algumas vozes a protestar "Comé, mérmão, cadê o fiume?". "E aí, cara, adórrrrrrmeceu?". "Olha essa meeeeerrrrrda aí, cara!" E a gente chorava de riso. "Ondji tá essi cara aí, porra, tá vendo não?" Até que se levantou um tipo qualquer lá do fundo, virou-se para trás e disse: "Vai vê foi dá uma cágaaaaaaaada, né!?" A sala inteira rebentou à gargalhada. Só aquilo valeu pelo filme todo, pela noite toda e pela distracção do funcionário. Volta, mérmão, cê tá perdoado! E ele regressou, arranjou a anomalia e a fita continuou, sem voltar atrás, como se nada tivesse acontecido. Só no Brasil, mesmo. Não ter aquele povo lá começado a cantar e dançar o samba bem no meio da sala, é que me deixou admirada! Que delícia! Ai, estas férias!...
segunda-feira, abril 05, 2010
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7 comentários:
Acreditas que por cada linha desta tua crónica me ri prá i umas duas vezes?
Conta as linhas e vê o resultado.
És de+ !
Um beijo (pode ser com sabor a brocheta ?)
15 de texto x 2 = 30 !!!
João, estas férias foram rir do princípio ao fim. Um horror!
E vês que 10 anos depois, continuas a rir?
Ficaram bem em conta...
Olha que em Dezº (Verão lá!) de 2008 quando estive no Rio foi a mesma coisa!
Mas subi ao Pão de Açúcar sem nada se ver.
Mas, vinguei-me: fiz um click bom.
É, mérmâ, aqui ainda se ri muito, apesar das cagadas.
Peri, mérmão, e as cagadas por aqui?! Nem queiras saber, não quero estragar-te o resto do ano...
Não falo sobre o Rio de Janeiro...
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