segunda-feira, abril 05, 2010

O Nosso Desejo de Liberdade Não É Sincero

"O Homem não nasceu para trabalhar, nasceu para criar."
Agostinho da Silva

Se estamos todos muito bem preparados para reclamar liberdade para nós próprios, menos dispostos parecemos para reclamar sobretudo liberdade para os outros ou para lhes conceder a liberdade que está em nosso próprio poder; se conhecêssemos melhor a máquina do mundo, talvez descobríssemos que muita tirania se estabelece fora de nós como se fosse a projecção ou como sendo realmente a projecção das linhas autocráticas que temos dentro de nós; primeiro oprimimos, depois nos oprimem; no fundo, quase sempre nos queixamos dos ditadores que nós mesmos somos para os outros; e até para nós próprios, reprimindo todas as tendências que nos parecem pouco sociais ou pouco lucrativas, desejando muito que os outros nos vejam como simples, bem ajustados, facilmente etiquetáveis. Agostinho da Silva, in 'Sobre as Escolhas'

- Agostinho da Silva foi um grande pensador e filósofo português do século XX. Exibindo uma sabedoria clara e simples durante toda a sua vida, promoveu o diálogo aberto com todas as pessoas. Grande defensor da liberdade e da criatividade individual, desmantelou todos os dogmas e certezas das sociedades, num processo de dar continuidade efectiva à construção de uma sociedade livre em que cada homem se possa realizar sem opressões. Construiu um sonho que continua a ser possível por via da não negação convincente de todos os que se lhe tentaram opor.

8 comentários:

Anónimo disse...

Minha amiga Bé,
outro filósofo e pensador paulistano, muito amigo, certa feita me escreveu de Paris dizendo:

Só trabalha quem não sabe fazer nada melhor!

CARLITO MAIA de saudosa memória!

roserouge disse...

Eduardo, antigamente os anarcas diziam: se o trabalho dá saúde, que trabalhem os doentes...

Li Ferreira Nhan disse...

Roserouge,
bom dia!
Um amigo me disse uma vez:
"Lo bueno es no hacer nada
y pronto después descansar."

roserouge disse...

Li, sabes o que foi que Jesus Cristo disse aos Alentejanos? Ele disse-lhes: não façam nada até eu voltar...

Lília Abreu disse...

Bem,por aqui, a Primavera está mesmo no ar... nota-se nos posts...

Vim ver o que fazia o barbas, a lembrar o Marx, no Blog da roserouge... será q ela tinha descoberto algo inédito, como nos costuma surpreender?

Afinal é o nosso querido AS. E é, não fomos feitos pra trabalhar. Sim, para criar, amar e usufruir. Um dia...

El Matador disse...

Este é dos meus.

Jorge Pinheiro disse...

Eu gosto muito de trabalhar e acho um escândalo haver filósofos a dizer isto. Por isso é temos crise (querem mais ou chega assim?).

roserouge disse...

Jorginho, meu querido, gostas muito de trabalhar a fazer o quê, conta-me lá, ó pecanito!?!?! Hein?!Só se fôr a tocar xilofone e a malhar nas congas!! Aaaaaaaaaaah, então tá bem...