Paisagem de Santo Amaro, década de 1920
Óleo sobre madeira, 31 x 42 cm
Colecção Particular
Óleo sobre madeira, 31 x 42 cm
Colecção Particular
Meio-dia na aldeia
À calma expostos
fitando o chão,
tingem-se os rostos
de negridão.
De vez em quando
qualquer que seja
c'o lenço brando
a fronte areja.
Afago d'amor
como a um filho,
pinga o suor
regando o milho.
O tempo passa.
a manhã corre...
Muita chalaça
quem quer discorre.
Nisto é mei'dia,
o sino soa,
... não se arrelia
qualquer pessoa.
Três badaladas
enchem o vale,
outras três dadas
de forma igual,
Mais três ainda,
lá vão as nove
p'ra altura infinda
a ver qual mais sobe.
Ao som do sino
o lavrador,
louva o Divino
Deus Criador
Folgam as costas,
tiram os chapéus...
E, de mãos postas,
oram aos Céus.
E não há pressa
ou distracção
que os impeça
da oração!
Finda que é a reza
e se persigna,
volta à empresa
a que se digna.
António de S.Tiago - Junho/1960
4 comentários:
Perfeito, adoro as cores, essa paisagem bucólica da Anita em sintonia com os versos de S.Tiago.
Purex, já te contei que o António de S.Tiago é o meu Pai?
Grande Anita, e bom texto!Mas boa, mesmo, é a moça do pé!!!!
Abri agora e deparou-se-me este magnífico enquadramento.Alteraste-lhe a forma,mas em boa hora o fizeste, pois assim ficou mtº melhor. Estupendo! Obrigado filha.
Bjnho do Pai.
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