Este romance foi escrito na primeira pessoa sob a perspectiva dum adolescente fotógrafo free lance, que vive na zona de West London, num bairro pobre, porém social e culturalmente vibrante a que ele chama Napoli. É aí nessa zona que vive também uma grande comunidade de imigrantes das Caraíbas, bem como outros ingleses considerados párias da sociedade, tais como homossexuais e drogados.
O tema central do romance incide essencialmente sobre as opiniões e atitude do narrador em relação ao surgimento de toda uma nova cultura que foi tomando lugar entre a juventude da época, bem como à sua (dele) fixação por roupas, música jazz, o amor que ainda sente pela sua ex-namorada Crêpe Suzette, a doença do seu pai e as tensões e motins raciais entre britânicos e caribenhos, e que deram origem aos “Notting Hill Race Riots”, entre finais de Agosto e princípios de Setembro de 1958.
Absolute Beginners é o tema-canção do filme com o mesmo nome, realizado por Julien Temple. Este filme é uma adaptação do livro de Colin MacInnes e este tema foi escrito e interpretado por David Bowie. Bowie e Temple eram amigos e já tinham trabalhado juntos na curta-metragem Jazzin’ for Blue Jean. As sessões para a gravação desta canção decorreram nos estúdios Abbey Road e os músicos escolhidos receberam um convite para irem gravar com Mr. X, que afinal era Bowie. As gravações decorreram relativamente rápido, mas a saída da canção foi adiada para coincidir com o lançamento do filme que estava um pouco atrasado. A Virgin fez questão que o filme e a canção saíssem ao mesmo tempo.Temple filmou também o vídeo promocional da canção Absolute Beginners num ambiente muito anos 50 para coincidir com o do filme. Este video é também uma homenagem a um antigo anúncio inglês aos cigarros Strand, cujo mote era “Você nunca está sozinho com um Strand”. Foram também usadas imagens do filme.

3 comentários:
Um dia em 2001 ou 2002, trabalhava eu em Itália, estava em Siena naquele dia a visitar clientes.
De tarde olho para um poste e vejo um pequeno cartaz com as fotos das capas do Hunky Dory e do Ziggy Stardust.
Duas fotos inconfundíveis, ligadas ao meu cantor preferido (com a morte de Frank Zappa, o único vivo), aproximo-me e vejo, “Hoje, na praça de Siena, 20 horas, David Bowie ao vivo”.
Lembrei-me que pouco antes tinha quase o bilhete para o ver aqui no Porto no estádio das Antas e ele teve o ataque cardíaco, tremi e fui directo à praça.
Um tipo, que finalizava o palco, diz-me que é um concerto aberto e grátis, será apenas “Ele” em palco com a guitarra.
Olhei o céu e disse, seja lá quem fores… Grazie mille !!!
Ele já veio a Lisboa, ao estádio de Alvalade, algures no princípio dos anos 90, mas perdi esse, já nem sei porquê. Arrependo-me até hoje. Hoje de manhã, quando ia para o trabalho, ouvi no carro esta canção, bem alto e apercebi-me de nuances que nunca tinha reparado. O gajo é bom mesmo! Vinte e tal anos depois e esta música ouve-se sempre, não perde o fio. Há filmes assim também: quanto mais os vês, melhor te apercebes de pormenores que não tinhas visto antes e que fazem toda a diferença.
amen
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