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terça-feira, março 24, 2009

Tarântula

Tarântula, o único livro de ficção assinado por Bob Dylan, foi escrito em 1966 - o mesmo ano em que o músico norte-americano produziu Blonde On Blonde - e denota influências do movimento modernista, apropriado por poetas beat e escritores como Jack Kerouac e William S. Burroughs. A liberdade estilística, tanto em prosa como em poesia, é notória. Ora reparem bem nesta pérola da poesia beat-generation-flower-power-s.francisco-flowers-in-your-hair-sal-paradise-the-naked-lunch-blowin'-in-the-wind-howl-can-you-get-me-a-cigarrete-imbecil-sagrado-ah-haa-ih-iiiih-e-dean-esfregava-o-peito-e-a-barriga...

passei cinco horas sem uma gota
de água. acho que estou pronto para
o deserto. queres vir?
vou
levar o meu cão. ele é sempre
tão divertido, apanho-te
às sete
atenciosamente, Porco.
Bob Dylan - Tarântula, 1966

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Cobain Unseen


Foto da capa tirada no Crocodile Cafe (Seattle) - Outono de 1992

A vida de Kurt Cobain contada através dos seus objectos e fotografias (cortesia Courtney Love), incluindo réplicas de bens tão preciosos como o manuscrito de "Smells Like Teen Spirits" ou os primeiros autocolantes (manufacturados) dos Nirvana. Inclui um CD de "spoken word" com Cobain em registo livre.
Autor: Charles C. Cross
Little, Brown & Company, 160 pags.
€21.14

Texto retirado integralmente da revista Blitz de Dezembro 2008.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Contigo Torno-me Real

Biografia Portuguesa de Jim Morrison distinguida em Londres


Com os mitos, já se sabe, a história nunca é definitiva. É isso, aliás, o que os alimenta: o que se conta, descobre e especula depois se fundarem como tal. Jim Morrison, vocalista dos Doors, xamã rock'n'roll com poesia de Rimbaud debaixo do braço, morreu em 1971 aos 27 anos e, ainda o corpo não tinha arrefecido e enrijecido na banheira de um apartamento parisiense, já tinha ganho tal dimensão. Actualmente, depois dos livros, das reedições em CD, das edições em DVD e do filme de Oliver Stone, o que resta acrescentar à sua história? Bastante, terá pensado Rui Pedro Silva, jornalista, que passou seis anos em viagem mundo fora, recolhendo depoimentos sobre Jim Morrison, o vocalista de Los Angeles que liderou uma das bandas mais influentes da década de 60 e, sobre o fascínio que, décadas depois, continua a exercer. Disso resultou "Contigo Torno-me Real", livro publicado em 2003 pela Afrontamento, reeditado em versão aumentada já este ano.


Pois bem, a julgar pela reacção que causou no Festival do Livro de Londres, muito haveria ainda a contar sobre Jim Morrison - e Rui Pedro Silva soube fazê-lo. Distinguido com uma menção honrosa na categoria de não-ficção, a obra tem assegurada a edição nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2009.

"Contigo Torno-me Real" reúne em 584 páginas, depoimentos duma distinta e vasta galeria de personalidades - desde os Doors sobreviventes, a pintores, cineastas e demais companheiros de estrada de Morrison - atravessando a vida e a carreira de Jim Morrison antes, durante e para além dos Doors, procurando descobrir, em discurso directo, o que fascina ainda o grupo tão heterogéneo que se desloca em romaria ao cemitério Pére Lachaise ou que segue inebriado os concertos dos Doors XXIst. Century.

Este texto foi extraído do Jornal Público, suplemento Ípsilon, de 26/12/08.