domingo, setembro 27, 2009

Hello & Goodbye

Unique Ambigram "Come-In/Go Away" Coco Doormat
Este americanos pensam em tudo. Digo eu. Lembraram-se de inventar este capacho assaz interessante para que quem vá lá a casa fique a saber se é bem-vindo ou não. Assim uma espécie de "Se vens por bem, à minha casa vem" ou coisa assim parecida. Depende de quem lá vai. Os fiscais das finanças, por exemplo, levavam logo com este daqui de baixo. O senhorio, coitado, a reclamar do atraso no pagamento da renda de casa, também (para quem tem casa alugada, claro...). Já para não falar das Testemunhas de Jeová e outros vendedores de enciclopédias, naperons e outros utensílios que não fazem falta nenhuma. Deviam de inventar um a dizer "Desempregado", nada afugenta melhor os chatos do que dizer que não se tem trabalho. A sério. De vez em quando ligam cá para casa umas pessoas dumas empresas de cariz duvidoso a quererem vender qualquer coisa. Ou a dizer que ganhei um prémio de 500 Euros, mas que tenho que o ir levantar à morada tal, no dia tal e falar com fulano ou beltrano. E fingem-se muito admiradas, quase escandalizadas, por eu não querer ir levantar prémio nenhum. A princípio, eu ainda era simpática e tentava explicar-lhes que não queria nada, muito obrigada. Insistiam e quase me obrigavam a mandá-los à merda. Até que um dia, apanharam-me virada do avesso e como estava sem paciência para aturar, mais uma vez, este tipo de conversa, saíu-me - assim de repente - que estava desempregada. Ah, minha senhora desculpe incomodar, sim? Boa tarde. Desligaram logo. Olha, foi trigo limpo. Agora, sempre que alguém liga ou me aborda na rua ou no centro comercial para aderir ao novo cartão de crédito do banco tal, digo logo que estou desempregada. Até fogem. É como se tivesse lepra ou, pior ainda, infectada com a Gripe A. Com os amigos é a mesma coisa. Quando estás na mó de baixo a passar por uma situação temporariamente difícil, algumas pessoas, que julgavas "amigas", desaparecem do radar e nem sequer se preocupam em saber se estás a passar bem ou a precisar de alguma coisa. Nunca ligam e nem sequer atendem o telefone. Quando as coisas melhoram, lá vêm eles outra vez cheios de sorrisos e palmadinhas nas costas, como se nada fosse e a dar desculpas parvas. Para esses, viro-lhes o capacho do "Go Away". Ou melhor, nem sequer os deixo aproximar cá de casa. Nem da minha vida. Mas para quem sempre esteve do meu lado, mesmo em tempos apertados - e não estou a falar de dinheiro, mas sim de apoio moral e psicológico - viro a parte que diz "Come In" e fiquem à vontade. Como diz um velho ditado: "Os amigos conhecem-se no hospital e na prisão". Não foi este o caso, não estive doente nem presa, mas acho que perceberam o que eu quis dizer. Este fabuloso tapete é comercializado pela Unique Ambigram, encontra-se à venda na Amazon.com e custa 79,99 dólares. É claro que não vou comprar porque não sou assim tão subtil. Prefiro esticar o dedo do meio. É mais rápido, mais eloquente e muuuuito mais barato.

Homenagem a João Aguardela



Recebi esta informação por email. O recado está dado, é favor tomar nota.

terça-feira, setembro 22, 2009

Retrato do Artista Enquanto Jovem - 137ª parte

O amor é sofrimento. Há uma parte que ama sempre mais do que a outra.
Quem é, quem é?

Love Me Do

segunda-feira, setembro 21, 2009

Blow Job

O segredo da juventude é viver honestamente,
comer devagar e mentir sobre a idade.
- Lucille Ball

Retrato do Artista Enquanto Jovem - 136ª parte

Só os idiotas recusam mudar de opinião.
Quem é, quem é?

sexta-feira, setembro 18, 2009

quarta-feira, setembro 16, 2009

O Pai, a Mãe, a Filha Deles e o Nascimento Dela

Hoje é o dia do meu aniversário. É favor darem-me os parabéns. Vá lá...

terça-feira, setembro 15, 2009

Aural Sex

Mestre incontestável da modernidade francesa, começou cedo a vestir a pele de um velho e depravado fauno. Quando casou com Jane Birkin ela tinha apenas 19 anos e ele já tinha 36. Em 1965, a jovem cantora France Gall foi ao festival da canção com um tema escrito por Serge Gainsbourg e o sucesso que se seguiu foi mais do que suficiente para a levar a cantar mais uma das suas criações: "Les Sucettes" (Os Chupa-Chupas) que causou um escândalo em França, por causa do seu duplo sentido que a ingénua cantora não percebeu até dar por si nas bocas do mundo... Mas é claro que tudo isso fica aquém de "Je t'aime... Moi Non Plus", canção movida a orgásmicos suspiros de Brigitte Bardot e Jane Birkin. O sexo nunca tinha soado tão bem... É claro que a canção foi censurada e banida das rádios em Portugal, Polónia, Espanha e Reino Unido e o Vaticano até se deu ao trabalho de emitir um comunicado oficial "excomungando-a", declarando-a imoral e ofensiva ao promover e estimular "sexo sem amor". Esta canção foi inicialmente gravada com a voz de Bardot em 1968, mas quando ela acabou o namoro que tinha com Gainsbourg e já se encontrava casada com Gunther Sachs, pediu-lhe para não a lançar. Foi aí que entrou Birkin.
Alarmados com todo este protesto público contra uma simples canção tão ofegante, os patrões da Philips Records, retiraram-na do mercado, a 16 de Setembro de 1969. Marianne Faithfull, que tinha recusado fazer um dueto com Birkin nesta canção, chegou a dizer que "não percebo como é que ele conseguiu convencer Jane a gravar uma coisa destas. Ela era uma adorável rapariguinha inglesa da classe alta que ainda andava no colégio. Ele deve ter-lhe moído o juízo de tal forma, que ela acabou por ceder". Até que, a editora independente Major Minor pegou na canção, reeditou-a, tendo esta atingido rapidamente o Número Um na tabela de vendas.

Bochechas

Foto de Jan Saudek

Ex-posed

O fotógrafo suiço Matthias Willi capta com a sua câmara os momentos íntimos de alguns rockstars nossos conhecidos assim que saem do palco. Esta série de fotos intitula-se: The Moment After The Show: Rockstars Exposed.
Iggy Pop
- you got thirty fuckin' seconds...
Chino Moreno - Deftones
Nick Oliveri - Queens of The Stone Age
Jesse Hughes - Eagles of Death Metal
- you made me look good...
Joey Castillo e Josh Homme - Queens of the Stone Age
Els Pynoo - Vive La Fête
Robert Trujillo - Metallica
Kid Rock
Matt Bellamy - Muse
Juliette Lewis - The Licks
- that's the only way to show how we really are...
Gnarls Barkley - Danger Mouse and Cee-Lo Green
Mike Patton - Fantoma/Faith No MOre
Brian Molko - Placebo
Amy Winehouse
- ó Amyzinha, és sempre a mesma, valha-nos Deus...

DJ Dean James

Amanhã, dia 16 de Setembro, o colectivo de dj's Dean James, composto por dois amigos meus vão estrear-se como tocadores de discos no Bar LEFT, ali em Santos. Da qualidade musical não tenho a mínima dúvida, mas quanto à perícia a mexer com os pratos... imaginem se vou perder um prato destes!... Já andamos todos há uma semana a rir só de imaginar o filme. O que vale é que a gente acha graça a tudo...

terça-feira, setembro 08, 2009

Prior Velho, Texas

O escritório onde trabalho, para além dos habituais objectos informáticos que tanta falta fazem numa empresa que se quer moderna e virada para o futuro, também tem um microndas, um frigorífico, copos, pratos e talheres. Isto quer dizer que todas nós - somos cinco mulheres - e até o patrão, levamos o almocinho de casa numa tapéruere, aquecemo-lo e almoçamos por ali mesmo. Por razões que não vêem agora a talho de foice, hoje não levei a marmita e tive que comer fora. Desafiei uma colega minha para vir à rua comer uma salada ou coisa assim e depois de dar por ali uma volta a tentar decidir onde comer, optámos por uma churrasqueira que, disse a minha colega "tem o melhor frango no churrasco que alguma vez comi". Pedimos uma dose para as duas e estava eu toda satisfeita a atacar uma perna de frango quando ela me disse com o ar mais blasé do mundo:
- Ah, tem cuidado com a mala...
- Porquê?!
- Porque aqui costuma haver assaltos - respondeu ela, chupando uma asa.
- Desculpa?! Que história é essa??? - caiu-me a perna do bicho no prato.
- Oh, às vezes entram por aqui adentro uns tipos armados e assaltam toda a gente que cá estiver dentro. Já tem acontecido noutros restaurantes também! Ah, pois é... assaltos aqui à mão armada é o prato do dia...
- Porra, e só agora é que me dizes?
- Ora, quéque queres? Lembrei-me de repente... põe a tua mala aqui deste lado.
Eu nem queria acreditar. Espreitei para dentro da minha maleta e, por entre os apetrechos do costume que, nós as mulheres gostamos de carregar ao ombro, a única coisa valiosa que lá tinha dentro era o meu querido Blackberry, generosa oferta do governo português durante a presidência em 2007. Bem, o rimmel da Chanel também custou um dinheirão, mas como o telefone tem a minha vida lá dentro, optei por tirá-lo da mala. Escondi-o no meio das pernas, por baixo do vestido. E pensei: bom, se me assaltarem dou-lhes a mala e não preciso de me lavantar da cadeira. Pode ser que a coisa passe. E será que me deixam tirar a chave do carro? E a carteira também, já agora. Dou-lhes o dinheiro, são só dez euros. E fiquei ali, excitadíssima a olhar para a porta e, de cada vez que entrava alguém, pensava logo "queres ver que é agora..." Mas não. Vá lá, desta safei-me. Tenho que pensar duas vezes da próxima vez que for comer fora ali naquele sítio. Ah, mas a minha colega tem razão, o frango no churrasco ali é delicioso. E soube-me divinamente. Devia ser da adrenalina. Vim parar ao Texas, não querem lá ver...

domingo, setembro 06, 2009

Tempos Modernos

Devo confessar que desaparecer do meu próprio blogue durante uma semana e deixar aquele gadelhudo feioso e mal vestido ali em baixo como cartão de visita é dum profundo mau gosto. Eu sei, pequenos, eu sei. Até a mim me faz confusão. Como é que eu fui capaz de fazer uma coisa destas!? Mas o que querem que vos faça, hein?! Não tenho tido muita paciência para fazer posts, à noite quando chego a casa não me apetece sequer olhar para o computador, não faço outra coisa o dia inteiro. Passo o tempo todo a conferir números, códigos, referências e outros hieróglifos para os quais tenho pouca sensibilidade. Uma violência! Sou uma mulher de letras, não de ciências. Muito menos, exactas. Estou ali pelo só pelo dinheiro, que até é bem razoável. Chega para pagar a prestação da casa, as contas do costume e, se não me esticar muito, posso voltar aos concertos e a jantar fora com os amigos de vez em quando. Talvez uma viagenzita nas férias que é coisa que já não faço há dois anos e que me está a deixar cheia de nervos. Sinto-me como uma operária fabril numa linha de montagem, com horários para tudo, menos para sair ao fim da tarde. Só falta a sirene a apitar para marcar o compasso. E o trânsito na maldita 2ª Circular já começou a engrossar, nem quero ver quando vier o Inverno e a chuva. E o Prior Velho é um sítio medonho, que não interessa nem ao Menino Jesus. Gosto mesmo é da casa dos frescos do Sr. José, uma lojinha pequenina integrada no mercado lá da zona, que tem os melhores vegetais e a melhor fruta do mundo. N'outro dia comprei lá um melão gigantesco, tive que o arrastar para dentro do carro, e ao chegar a casa despachei logo quase metade, que maravilha! É claro que depois passei o resto da noite a fazer xixi, mas que me soube pela vida aaaah, lá isso soube! E também por lá tem uns supermercados daqueles que anunciam na televisão e ao entrar lá, é como se entrasse directamente em África. Sem passar pela casa da partida. As lojas mais giras são uma farmácia e uma loja de decoração que pertence a uma "motard" engraçadíssima que vai às concentrações de Faro e tudo. Também tem um cabeleireiro, com os serviços básicos que nós, mulheres, tanto apreciamos e necessitamos: mãos, pés, depilações, etc. E tem também uma tabacaria com jornais e revistas e onde meto o Euromilhões, que a esperança é a última a morrer. Camarate fica logo ali, já sei onde caíu o avião do Sá Carneiro. O aeroporto de Lisboa também fica ali perto, sempre que saio à rua, está um avião a aterrar por cima da minha cabeça. Bonito. As minhas colegas são umas queridas, têm-me ajudado imenso e farto-me de falar a contar-lhes os meus disparates. Elas riem-se muito. E o chefe pergunta-lhes se estou a adaptar-me bem. Elas respondem "ah sim sim, ela é muito divertida, super boa onda"... E ele torna a perguntar: "Tá bem e o trabalho? Quero saber é como é que vai o trabalho. Ela está a atinar ou não?" E elas dizem que sim, que estou a integrar-me muito bem. Falácias, isso sim. Eu tinha que vos chatear com esta conversa, estava aqui entalada. Se o mundo não se adapta a nós, temos que nos adaptar a ele. Amanhã à hora de almoço vou comprar mais um melão daqueles, pêssegos e figos. O trabalho é a liberdade? Os tomates do padre Inácio, isso sim!