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domingo, setembro 06, 2009

Tempos Modernos

Devo confessar que desaparecer do meu próprio blogue durante uma semana e deixar aquele gadelhudo feioso e mal vestido ali em baixo como cartão de visita é dum profundo mau gosto. Eu sei, pequenos, eu sei. Até a mim me faz confusão. Como é que eu fui capaz de fazer uma coisa destas!? Mas o que querem que vos faça, hein?! Não tenho tido muita paciência para fazer posts, à noite quando chego a casa não me apetece sequer olhar para o computador, não faço outra coisa o dia inteiro. Passo o tempo todo a conferir números, códigos, referências e outros hieróglifos para os quais tenho pouca sensibilidade. Uma violência! Sou uma mulher de letras, não de ciências. Muito menos, exactas. Estou ali pelo só pelo dinheiro, que até é bem razoável. Chega para pagar a prestação da casa, as contas do costume e, se não me esticar muito, posso voltar aos concertos e a jantar fora com os amigos de vez em quando. Talvez uma viagenzita nas férias que é coisa que já não faço há dois anos e que me está a deixar cheia de nervos. Sinto-me como uma operária fabril numa linha de montagem, com horários para tudo, menos para sair ao fim da tarde. Só falta a sirene a apitar para marcar o compasso. E o trânsito na maldita 2ª Circular já começou a engrossar, nem quero ver quando vier o Inverno e a chuva. E o Prior Velho é um sítio medonho, que não interessa nem ao Menino Jesus. Gosto mesmo é da casa dos frescos do Sr. José, uma lojinha pequenina integrada no mercado lá da zona, que tem os melhores vegetais e a melhor fruta do mundo. N'outro dia comprei lá um melão gigantesco, tive que o arrastar para dentro do carro, e ao chegar a casa despachei logo quase metade, que maravilha! É claro que depois passei o resto da noite a fazer xixi, mas que me soube pela vida aaaah, lá isso soube! E também por lá tem uns supermercados daqueles que anunciam na televisão e ao entrar lá, é como se entrasse directamente em África. Sem passar pela casa da partida. As lojas mais giras são uma farmácia e uma loja de decoração que pertence a uma "motard" engraçadíssima que vai às concentrações de Faro e tudo. Também tem um cabeleireiro, com os serviços básicos que nós, mulheres, tanto apreciamos e necessitamos: mãos, pés, depilações, etc. E tem também uma tabacaria com jornais e revistas e onde meto o Euromilhões, que a esperança é a última a morrer. Camarate fica logo ali, já sei onde caíu o avião do Sá Carneiro. O aeroporto de Lisboa também fica ali perto, sempre que saio à rua, está um avião a aterrar por cima da minha cabeça. Bonito. As minhas colegas são umas queridas, têm-me ajudado imenso e farto-me de falar a contar-lhes os meus disparates. Elas riem-se muito. E o chefe pergunta-lhes se estou a adaptar-me bem. Elas respondem "ah sim sim, ela é muito divertida, super boa onda"... E ele torna a perguntar: "Tá bem e o trabalho? Quero saber é como é que vai o trabalho. Ela está a atinar ou não?" E elas dizem que sim, que estou a integrar-me muito bem. Falácias, isso sim. Eu tinha que vos chatear com esta conversa, estava aqui entalada. Se o mundo não se adapta a nós, temos que nos adaptar a ele. Amanhã à hora de almoço vou comprar mais um melão daqueles, pêssegos e figos. O trabalho é a liberdade? Os tomates do padre Inácio, isso sim!