Esta postagem, integrada na Tertúlia Virtual "O Tempo", é dedicada aos meus Pais que, no próximo dia 2 de Agosto, irão comemorar 50 anos de casamento. É Tempo!

A minha Mãe com 25 anos.


TEMPO...!
Tempo? Mas o que é o Tempo?
Andem! Tentem explicar-me.
Ponham à prova o vosso raciocínio
com argumentação que me desarme.
Isto, porque ele tanto pode ser
um infinitamente grande
na aniquilação de um átomo,
como um infinitamente pequeno
na criação de um orbe.
O Homem, que se expande
na voraz realização de utopias,
propôs-se medi-lo para sentir-se envelhecer:
É nas primeiras cãs, é na primeira ruga
que ele sente do Tempo
a vertiginosa fuga.
Na verdade, o dia que hoje feneceu
e que desperdiçaste ociosamente,
testemunha terá sido, certamente,
da desintegração de muitos mundos...
- enquanto para outros
em ténue pulsação se converteu!
Não penses mais! Arranca, pois não cabes
já em tua "esfera". Foge!
Procura outras galáxias
aonde o amanhã, o ontem ou o hoje,
os séculos, os anos e os dias
não cheirem a convenção.
Voa, pois! Solta a âncora, desferra!
E depois de poisares - lá muito longe...
Verás como "lá em cima" a tua Terra
não passa de um de tantos pontos
perdido na Infinita Imensidão!
Poema de António de S.Tiago, meu Pai.