sexta-feira, dezembro 31, 2010

2011

Bom Ano Novo 2011 para todos vocês.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Solid Potato Salad


Este é um video de 1944, que foi recuperado, digitalizado e colorido. Elas são as "Irmãs Ross". As irmãs de borracha, deveria acrescentar. A canção dura um minuto, mas vejam o que elas fazem a seguir...
Apreciem.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Coltrane Forever


Album: Olé Coltrane (1961) - John Coltrane
Personnel:
John Coltrane - soprano sax
Eric Dolphy - flute
Freddie Hubbard - trumpet
McCoy Tyner - piano
Reggie Workman - bass
Art Davis - bass
Elvin Jones - drums

Mude


A 25 de Setembro de 2010, publiquei neste espaço um texto que julgava pertencer à escritora brasileira Clarice Lispector. Afinal, não era dela. Esse texto é da autoria do escritor - também brasileiro - Edson Marques, que na altura própria deixou escrito o seu protesto na minha caixa de comentários. Honestamente, só hoje é que li. Ainda por cima este assunto já deu origem a processos judiciais e mais não sei quê e Edson ganhou-os todos... por isso, deixa-me cá desfazer o engano publicamente antes que tenha que ir ao Brasil responder em tribunal. Olha, vendo vem... até que não me importava nada... pelo menos deve estar quentinho por lá. E já tenho saudades de ir à praia...
E para informações mais detalhadas sobre este delicado assunto queiram, já agora, consultar o blog do escritor Edson Marques que é o http://mude.blogspot.com/ Desculpe lá, ó Edson. Apareça sempre. Abraço.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Natal Digital

Mudam-se os tempos...

sexta-feira, outubro 22, 2010

Dame Paula Rego

A pintora portuguesa Paula Rego foi ontem ordenada Dama Oficial da Ordem do Império Britânico pela rainha Isabel II, distinção que a artista considerou um "grande reconhecimento".
Após a cerimónia, que decorreu ontem no Palácio de Buckingham, a artista qualificou a investidura como uma "experiência maravilhosa".
"É um grande reconhecimento, mas penso ser também bom conseguir vender os próprios trabalhos. Demorou muitos anos até o conseguir fazer" -
disse, citada pela agência Press Association.
Ao receber o segundo maior grau desta Ordem, criada em 1917, Paula Rego passa a ter o título de Dama - o equivalente ao Sir usado pelos homens - que pode usar antes do nome.
É a quarta pintora a receber esta honra, depois das distinções atribuídas a Laura Knight, Ethel Walker e Elizabeth Blackadder.
A distinção tinha sido anunciada a 12 de Junho, a propósito do aniversário da rainha, que todos os anos homenageia pessoas que se tenham distinguido nas respetivas áreas, nomeadamente nas artes.
Embora tenha nascido em Lisboa, em 1935, Paula Rego é considerada uma das melhores pintoras vivas no Reino Unido.
Paula Rego chegou a Londres para estudar em 1952 na Slade School of Art, onde conheceu o marido, o pintor britânico Victor Willing.
Depois de um período em Portugal, Paula Rego acabou por se instalar na capital britânica em 1976, onde mantém residência e continua a trabalhar.
Hoje, confessou que encontra motivação na "curiosidade" e no desejo de "tentar fazer algo diferente".
"Tento sempre fazer melhor, tento sempre fazer melhores desenhos e quadros. O que eu gosto de fazer é desenhar muito" -
disse.
Cerimónia tradicional
Paula Rego foi agraciada ao mesmo tempo que dezenas de outras personalidades das artes, da moda e da ciência, numa cerimónia com rituais antigos.
Para os graus mais altos, os condecorados têm de se ajoelhar perante a rainha e são ordenados com o toque da espada nos ombros antes de receberem a insígnia.
Entre os homenageados estavam Brian Cox, físico que foi músico na juventude mas que hoje é conhecido como um dos melhores comunicadores científicos, e Charles Blanchflower, economista que fez parte do Banco de Inglaterra e que avisou para o perigo de uma crise financeira.
A atriz Vicki Michelle, que se celebrizou devido ao papel de Yvette na série "'Allo 'Allo!", foi condecorada pelo trabalho em causas de solidariedade.

Fonte: Expresso Online

terça-feira, outubro 12, 2010

Facebook - 2

- Olá, sou o John.
- Olá, sou o Jim.
- De onde és?
- Do Facebook. E tu?

Facebook

segunda-feira, outubro 11, 2010

sábado, outubro 09, 2010

Birthday Party

Se fosse vivo, John Lennon continuaria a ser, aos 70 anos, um activista pela paz, afirmou a viúva do cantor, Yoko Ono a um dia de se comemorar a data do seu nascimento.
John Lennon, um dos mais criativos músicos do pop rock, nasceu a 9 de Outubro de 1940 e foi assassinado a 8 de Dezembro de 1980, em Nova Iorque.
Para assinalar o aniversário do nascimento estão previstas várias iniciativas que recordam o património musical de John Lennon a solo e com os Beatles.
Yoko Ono afirmou que, se fosse vivo, Lennon estaria hoje muito mais descontraído com a idade e com o facto de celebrar 70 anos do que quando festejou 40. Continuaria a ser um activista pelos direitos humanos e pela paz porque, defendeu, «é preciso fazer alguma coisa para mudar o rumo do mundo».
Esta semana foram editados os álbuns a solo do músico britânico numa versão remasterizada. A viúva do cantor afirmou esperar «que esta reedição faça chegar a sua música incrível a novos públicos e que quem já está familiarizado com o seu trabalho encontre uma renovada inspiração».
«As suas letras são tão pertinentes hoje como no tempo em que foram escritas»,
adiantou Ono, sublinhando o título que foi dado a esta reedição, Gimme some truth (Dêem-me alguma verdade - em tradução livre).
Com o objectivo de recordar John Lennon, o YouTube divulgará no sábado mensagens de várias figuras, como o ex-baterista dos Beatles, Ringo Starr, e o actor Jeff Bridges.
Também o Google assinalou hoje a data com um vídeo na sua página de pesquisa e com a mudança do seu logótipo.

Fonte: Jornal Sol online

segunda-feira, setembro 27, 2010

Snapshots - 4

Os sonhos antigos foram bons; não resultaram, mas ainda bem que os tive. -
Robert Kinkaid, personagem de Clint Eastwood, in As Pontes de Madison County.

sábado, setembro 25, 2010

Perto do Coração Selvagem

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda ! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

Clarice Lispector (1920-1977)

quinta-feira, setembro 16, 2010

Party Time

Há quem faça anos hoje...


Party Time
Dan Kimble

Estou aqui construindo o novo dia com uma expressão tão branda e descuidada que dir-se-ia não estar fazendo nada. E, contudo, estou aqui construindo o novo dia! - António Gedeão

segunda-feira, agosto 30, 2010

Slow Train Coming

Entre 4 de Setembro e 30 de Janeiro de 2011, o Museu Nacional de Arte da Dinamarca, em Copenhaga, mostra um novo capítulo da carreira do Dylan pintor.
Train Tracks (2009)

Bob Dylan pinta e desenha frequentemente desde os anos 60 - a capa de "Self Portrait", de 1970, é da sua autoria - mas só nos últimos três anos tem mostrado este lado da sua vida artística em exposições. Entre 4 de Setembro e 30 de Janeiro de 2011, o Museu Nacional de Arte da Dinamarca, em Copenhaga, mostra um novo capítulo da carreira do Dylan pintor. Depois de aguarelas e desenhos de pequena dimensão, o americano voltou-se para os acrílicos e para obras de grande escala. "The Brazil Series", a primeira exposição de pinturas de grandes dimensões de Dylan, inclui 40 pinturas e oito desenhos criados nos últimos dois anos.
As obras mostram "retratos da vida diária nas cidades e no campo", avistados por Dylan em viagens pelo Brasil, informa uma sinopse da exposição:
"Vinicultores, ciganos, políticos, apostadores e 'gangsters'.
Uma grande colecção de motivos e assuntos que acentua o fascínio do artista pela diversidade do Brasil. As obras surgem quase como registos antropológicos, despidas de quaisquer sentimentos românticos, preconceitos ou comentários sociais. O motivo em si mesmo, o seu potencial de composição, e a narrativa que lhe está implícita parecem ser as coisas que mais interessam ao artista".

Dylan fez esboços nos locais, em guardanapos ou sacos de papel, que funcionaram como pontos de partida para o trabalho no ateliê, onde adensou a linha narrativa por trás de cada imagem, seguindo a tradição figurativa do século XX, na linha de pintores como George Bellows e Thomas Hart Benton, refere o mesmo texto. É uma obra que não complementa ou dá novos sentidos às canções de Dylan, antes funciona como um universo específico. "Se pudesse expressar o mesmo numa canção, teria escrito uma canção", disse Dylan durante a preparação da mostra.

Coincidindo com a abertura da exposição, será editado o livro "Bob Dylan. The Brazil Series", a primeira análise com profundidade crítica e histórica da obra visual do músico.

Fonte:
Ípsilon, 13/Agosto/2010

The Blue Note

(...) Para mim há algo de primitivo e tranquilizador nesta música (blues), e entrou-me directamente no sistema nervoso, fazendo-me sentir um gigante de três metros. Era a mesma sensação que eu tinha tido quando ouvi a primeira música de Sonny Terry e Brownie McGhee no programa do Tio Mac, e o mesmo aconteceu quando ouvi Big Bill Broonzy pela primeira vez.
Vi uma actuação dele na televisão, a tocar num clube nocturno, iluminado por uma única lâmpada a projectar uma sombra vacilante a partir do tecto, criando um efeito de luz fantasmagórico. O tema que ele estava a tocar chamava-se "Hey Hey" e deixou-me de boca aberta. Era uma peça de guitarra complicada, cheia de blue notes, que resultam da divisão de uma nota maior com uma nota menor. Começa-se normalmente pela nota menor e dobra-se a corda para cima em direcção à maior, por isso fica algures entre as duas. A música egípcia e indiana também utiliza este tipo de alongamento de notas. Quando ouvi Big Bill pela primeira vez e, mais tarde, Robert Johnson, convenci-me que todo o rock'n'roll - bem como a música pop, já agora - tinha nascido dessa raiz. (...)

Eric Clapton
- Autobiografia
Casa das Letras, Maio 2008.

Here, There and Everywhere

Vaso sanitário de John Lennon leiloado por 12 mil euros.
Peça de porcelana atingiu dez vezes o valor que era esperado. Objeto fez parte de um leilão ligado aos Beatles, em Liverpool.

Um vaso sanitário que pertenceu a John Lennon foi arrematado neste sábado por 9.500 libras (11.600 euros), cerca de dez vezes o valor estimado inicialmente, durante um leilão de objetos ligados aos Beatles em Liverpool, anunciaram os organizadores.
O vaso em porcelana branca, decorado com frisos e motivos florais azuis, foi usado pelo músico quando vivia em sua casa de Tittenhurst Park no condado de Berkshire (sudeste da Inglaterra), entre 1969 e 1972.
A peça, avaliada em 1.000 libras no máximo no catálogo, foi adquirida por um colecionador estrangeiro durante a 33ª convenção dos Beatles de Liverpool.
O vaso tinha sido dado por John Lennon a John Hancock, um pedreiro que fez alguns trabalhos para ele. O músico lhe havia proposto guardá-lo e usá-lo como um jarro de flores, após a instalação de um novo banheiro.
A peça foi conservada durante 40 anos, até a morte do pedreiro. A decisão de vendê-la foi tomada pelo filho.

Fonte: Agência France Press via jornal "O Globo".

Segundo a amiga Pureza Silva, que me "ofereceu" este presente via Facebook é "uma preciosidade... testemunha o(cu)lar das partes mais íntimas do idolatrado Sir JohnLennon - é emocionante"...

sexta-feira, agosto 20, 2010

The Eye Of Jazz

Herman Leonard, o norte-americano conhecido como o fotógrafo do jazz, morreu no sábado, em Los Angeles, aos 87 anos. Fotografou Ellington, Gillespie, Davis ou Fitzgerald e o seu lema era: “Above all, enjoy the music”. Leonard começou a sua carreira nos anos 1940 por ser amante da música jazz - como não tinha dinheiro para entrar nos clubes de Nova Iorque (como os Royal Roost, Birdland ou Bop City) foi através da fotografia que conseguiu assistir a concertos. Viveu em Nova Iorque, depois em Paris, e fotografou todos os nomes importantes do jazz. Captou para a posteridade Dexter Gordon, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Billie Holiday, Duke Ellington, Miles Davis, entre outros. Durante algum tempo foi o fotógrafo pessoal de Marlon Brando, e também fotografou para a revista “Playboy” norte-americana. Uma das fotografias mais famosas do autor e um dos melhores retratos de Herman Leonard mostra a cantora Ella Fitzgerald a cantar em Paris em 1960, com os olhos fechados e em absoluta concentração, com uma gota de suor a descer-lhe pelo pescoço. Em 2005, o fotógrafo perdeu grande parte dos seus bens por causa do furacão Katrina que atingiu a sua casa em Nova Orleães e destruiu mais de 8 mil fotografias. Mas os negativos foram salvos, pois estavam depositados no Ogden Museum of Southern Art. O fotógrafo trabalhava agora com o músico Lenny Kravitz. Leonard (6/Março 1923 – 14/Agosto 2010) é autor do livro “The Eye of Jazz” (editora Viking) e de “Jazz” que será publicado em Novembro pela Bloomsbury nos Estados Unidos.
Fonte: Público.

Este post foi integralmente copiado, com a devida autorização do dono, do excelente Disto e Daquilo, aqui mesmo ao lado.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Blog About


Come, Tell Me How You Live

Agatha Christie escreveu quase cem livros, mas só um assinado Agatha Christie Mallowan: Come, Tell Me How You Live, título da edição original deste livro. É "uma memória arqueológica” dos anos 30 nas escavações do marido, Max Mallowan."
Os editores não gostaram. Não havia trama nem crime. Era como mostrar o álbum de férias a estranhos. O que é que os leitores dela tinham a ver com aquilo?
Quase tão lida quanto a Bíblia, Mrs Mallowan não puxou dos galões. Disse que o livro era “uma frivolidade”, como se falasse de um par de sapatos.
Foi um sucesso, claro, e mais de sessenta anos depois continua em edição de bolso e politicamente incorrecto – vários turcos e pelo menos um árabe “sub-humano” saem daqui para a glória. Mas de ninguém a autora ri como de si própria, ansiosa, voluntariosa e volumosa.

Sobre Na Síria, Agatha Christie escreveu: «Esta crónica inconsequente foi iniciada antes da guerra. Depois foi posta de lado. Mas agora, após quatro anos de guerra, dei por mim a pensar cada vez mais naqueles dias passados na Síria, e por fim senti-me impelida a tirar os meus apontamentos e os meus toscos diários para fora e a completar aquilo que começara e pusera de lado. Pois parece-me que é bom recordar que esses dias e esses lugares existiram, e que neste preciso instante a minha pequena colina de calêndulas está em flor, e que os velhos de barbas brancas que se arrastam atrás dos burros talvez nem saibam que existe uma guerra.»

Foi no deserto sírio, no intervalo dos cacos - hoje expostos no Museu Britânico, mas também no Museu de Alepo - que Agatha Christie escreveu muitos dos seus crimes. Na Síria é a memória de como foi inteiramente feliz ali. Os árabes gostavam quando ela chegava. Tudo a fazia rir.

Na Síria - Agatha Christie Mallowan
Prefácio de Alexandra Lucas Coelho
Tinta da China, 2010

terça-feira, agosto 17, 2010

Um Pastel Em Belém

A exposição "Warhol TV", que inaugurou a 26 de Julho no Museu Berardo, mostra um outro lado de Warhol. Sem latas de sopa de tomate nem Marilyn colorida. Só ecrãs de televisão."Diga aos seus leitores que esta é uma exposição cool. Tem de ser vista com calma e tempo. É para se sentarem no sofá e verem tudo com atenção." Judith Benhamou, comissária da exposição, deixa o aviso e nós corroboramos: não vale a pena ir com pressa. "Warhol TV", mostra um lado de Andy Warhol que poucos conhecem. É que entre as décadas de 70 e 80, o artista plástico mais famoso dos EUA dedicou-se à criação e realização de programas de televisão.

Beleza, vaidade, sexo, talentos, processos de criação, eventos sociais, transformação. Cada sala tem um tema, ecrãs e sofás. Ao fundo, uma imagem em loop de Warhol a correr na direcção dos visitantes. Para montar esta exposição, Judith Benhamou mergulhou de cabeça nos arquivos do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, e nas memórias dos (poucos) colaboradores sobreviventes do artista. Nas suas investigações descobriu verdadeiras pérolas, como um anúncio da Coca-Cola light: "Andy Warhol fazia tudo, não tinha preconceitos. Ele estava apostado em construir um império económico e conseguiu." O resultado é um anúncio piroso, com Warhol inexpressivo, no meio de gente feliz, a beber Coca-Cola.

Numa outra sala, fechada em cortinas de veludo vermelho escuro, outra preciosidade: um episódio da série "Barco do Amor" onde Andy Warhol aparece como convidado. "Ele é péssimo a representar! Falei com o produtor da série e ele disse que trabalhar com ele foi um verdadeiro pesadelo, nunca sabia os textos, nem o que fazer", conta Benhamou.

Na exposição pode ver-se também excertos do último "Andy Warhol's 15 Minutes", o programa da MTV criado e apresentado por si, com um último episódio inteiramente dedicado a Warhol, aquando da sua morte, com imagens do seu funeral. No entanto, esta não será a última imagem que irá ver: "Não queria que a exposição acabasse de forma triste", explica a comissária. Assim, a última obra a ser exibida é um videoclip que Warhol fez para os "The Cars".

Cinema

O que esta exposição não mostra - já que se concentrou apenas nas criações televisivas de Warhol - é o lado cinematográfico, obscuro e artístico de Warhol. Começaram por ser horas de imagens gravadas de pessoas a fazer coisas tão simples como dormir ("Sleep", 1963), beijar ("Kiss", 1963/64), a cortar o cabelo ("Haircut", 1963) ou a ter sexo oral ("Blowjob", 1964). Warhol gostava de ver, sem interferir. Era o oposto de um realizador, já que com os seus filmes não tentava mostrar a sua visão: ele era um voyeur e a câmara os seus olhos. As imagens eram gravadas a preto e branco e depois exibidas em slow motion. Mais tarde, os seus filmes passaram a ter guiões. "Chelsea Girls" e "Couch" são exemplos disso. Guiões loucos que raramente passavam de indicações de acção e eventuais diálogos. Os actores eram todos os que gravitavam em redor de Warhol. Os proscritos da sociedade, travestis, drogados, deprimidos e aspirantes a artistas, que encontravam em "The Factory" o ateliê de Andy, uma espécie de casa. Havia drogas e sexo para todos e Warhol alimentava a sua carreira com os impulsos mais negros dos outros.

Fonte: ionline.
Até 14 de Novembro. Fui ver e gostei muito. Vão ver.